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Ibovespa sobe 3% e vai a 81 mil pts após Ibope mostrar ampliação de vantagem de Bolsonaro

Publicado 02.10.2018, 12:25
© Reuters. Painel eletrônico na Bovespa, em São Paulo
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa disparava cerca de 3 por cento e voltava ao patamar de 81 mil pontos nesta terça-feira, após recuar nos dois pregões anteriores, com agentes financeiros ajustando posições à pesquisa Ibope da véspera, que mostrou o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, ampliando vantagem na liderança da corrida eleitoral.

Às 11:30, o principal índice de ações da B3 subia 3,25 por cento, a 81.175,45 pontos, na máxima da sessão até o momento, com ações de empresas de controle estatal entre as maiores altas.

O volume financeiro somava 4,5 bilhões de reais.

Nos últimos dois pregões, o Ibovespa acumulou queda de 1,7 por cento.

Levantamento Ibope divulgado na segunda-feira à noite mostrou Bolsonaro com 31 por cento das intenções de voto, seguido pelo candidato do PT, Fernando Haddad, com 21 por cento. No levantamento anterior Bolsonaro tinha 27 por cento, enquanto Haddad aparecia com os mesmos 21 por cento.

A equipe da corretora Brasil Plural (SA:BPFF11) destacou que as pesquisas anteriores mostravam crescimento de Haddad, estabilidade de Bolsonaro e um cenário positivo para o petista na simulação de segundo turno, quadro que mudou com a sondagem divulgada pelo Ibope na última noite.

"Bolsonaro cresceu e a rejeição a Haddad e ao PT tiveram alta significativa", citou a corretora, chamando a atenção para pesquisa Datafolha prevista para essa terça-feira, além de nova sondagem do Ibope nesta semana. "A ver se as tendências apontadas pelo Ibope ontem se confirmam", afirmou.

Apesar de Haddad ter sinalizado recentemente uma política menos heterodoxa, a preferência por Bolsonaro persista entre agentes financeiros, dada a desconfiança em relação à capacidade do candidato do PT de implementar uma política de maior austeridade fiscal e promover reformas como a da Previdência.

Profissionais do mercado financeiro também têm citado retorno de capital externo para a bolsa brasileira, em movimento que acompanha fluxo para mercados emergentes. Até o dia 27 de setembro, o saldo no mês estava positivo em quase 3 bilhões de reais.

O noticiário eleitoral no país blindava o pregão brasileiro de certa aversão ao risco que prevalecia no exterior, refletida no dólar mais forte em relação a outras divisas, enquanto Wall Street não mostrava uma tendência clara, com os principais índices acionários próximos da estabilidade.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) subia 5,9 por cento, entre os maiores ganhos, uma vez que os papéis da petrolífera de controle estatal figuram entre os mais sensíveis a expectativas sobre a disputa presidencial. PETROBRAS ON (SA:PETR3) avançava 5por cento.

- BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) valorizava-se 6,35 por cento, capitaneando os ganhos de bancos do Ibovespa, também suscetíveis a especulações eleitorais. ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) subia 3,67 por cento, BRADESCO PN (SA:BBDC4) ganhava 5,37 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) avançava 6 por cento.

- ELETROBRAS ON (SA:ELET3) tinha alta de 8,15 por cento, outro papel influenciado por apostas eleitorais, dado seu controle estatal, assim como COPEL (SA:CPLE6), que subia 7,07 por cento, e CEMIG PN (SA:CMIG4), que tinha elevação de 5,14 por cento. Ainda no setor de serviços públicos de controle estatal, SABESP (SA:SBSP3) apreciava-se 6,64 por cento.

- GOL (SA:GOLL4) PN subia 6,88 por cento, beneficiada pelo declínio de mais de 1 por cento do dólar frente ao real, uma vez que o câmbio tem forte impacto nos custos da companhia aérea. A relativa fraqueza dos preços do petróleo endossava a recuperação dos papéis.

© Reuters. Painel eletrônico na Bovespa, em São Paulo

- VALE (SA:VALE3) mostrava elevação de 1,57 por cento, acompanhando o avanço de outras mineradoras no exterior.

- SUZANO (SA:SUZB3) e FIBRIA ON (SA:FIBR3) caíam 3 e 1,65 por cento, respectivamente, com o recuo do dólar ante o real abrindo espaço para alguma realização de lucros, particularmente em Suzano, que acumula alta de mais de 150 por cento no ano.

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