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Ibovespa sobe com apoio de bancos, mas recua mais de 8% na semana

Publicado 28.02.2020, 18:49
Ibovespa sobe com apoio de bancos, mas recua mais de 8% na semana
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da B3 fechou esta sexta-feira no azul, apoiado nas ações de bancos, ainda assim com forte perda semanal, diante da forte aversão a risco que tomou conta dos mercados com a rápida propagação global do coronavírus.

O Ibovespa subiu 1,15%, a 104.171,57 pontos, após ter chegado a perder o patamar dos 100 mil pontos pela primeira vez desde outubro de 2019.

O volume financeiro da sessão foi de 40 bilhões de reais.

Na semana mais curta em razão do Carnaval no Brasil, o Ibovespa caiu 8,36%. Em fevereiro, o declínio foi de 8,4%, resultando em perda de 9,9% em 2020.

Só na quarta-feira de Cinzas, quando a bolsa reabriu após fim de semana prolongado pelo Carnaval, o Ibovespa desabou 7%, sessão na qual as saídas de estrangeiros no mercado à vista superaram as entradas em mais de 3 bilhões de reais.

"O impacto econômico do surto de Covid-19 parece mais grave do que o inicialmente esperado", disseram em relatório estrategistas do Goldman Sachs na Ásia.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou o alerta de risco de disseminação e impacto global para "muito alto", enquanto o estrago global com o surto já alcançou 6 trilhões de dólares. Nos últimos dias, multiplicaram-se as revisões em projeções econômicas e para resultados de empresas.

"É difícil vislumbrar o que poderia fornecer certeza suficiente para impedir o medo de vencer antes do fim de semana", destacou Jasper Lawler, chefe de pesquisa no London Capital Group, chamando a atenção para dados de atividade de serviços e setor manufatureiro na China no sábado.

À tarde, contudo, o chairman do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, trouxe algum alento ao afirmar que a autoridade monetária está monitorando de perto os avanços do surto e que "usaria suas ferramentas e atuaria conforme apropriado para apoiar a economia".

Os principais índices de Wall Street reduziram perdas, com o Dow Jones fechando em baixa de 1,39%. O S&P 500 perdeu 0,82% e o Nasdaq fechou estável. No acumulado da semana a queda dos três foi maior que o do Ibovespa.

No Brasil, onde até o momento apenas 1 caso foi confirmado, economistas do Bradesco liderados por Fernando Honorato avaliam que os efeitos, por ora, devem ser pontuais e acontecer através da desaceleração do crescimento mundial, mas não descartam efeitos em estoques ou reflexos do aumento da aversão a risco.

DESTAQUES

- GOL (SA:GOLL4) PN e AZUL PN (SA:AZUL4) cederam 3% e 1,5%, ainda afetadas pelas preocupações sobre a demanda de viagens em razão da disseminação global do coronavírus, com empresas aéreas europeias já alertando sobre lucros e demanda menores. O setor aéreo local ainda é enfraquecido pela alta do dólar para níveis recordes. CVC (SA:CVCB3) BRASIL ON perdeu 1,83%.

- VIA VAREJO ON caiu 1,92%, pressionada pelas perspectivas de menor crescimento no país, uma vez que o setor vinha encontrando apoio no cenário de retomada da economia. Dados também mostraram alta no desemprego em janeiro sobre dezembro. NATURA&CO ON cedeu 0,04%.

- PAGSEGURO (NYSE:PAGS), listada em Nova York, caiu 4,2% mesmo após reportar alta de 29,4% no lucro líquido do quarto trimestre ante mesmo período de 2018. No setor de meio de pagamentos, CIELO ON (SA:CIEL3) subiu 5,55% e STONE, também negociada em Nova York, recuou 4,7%.

- ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN (SA:BBDC4) avançaram 3% e 1,87%, respectivamente, com o setor aparecendo como 'porto seguro' para investidores. BANCO DO BRASIL ON (SA:BBAS3) fechou em alta de 2,34%.

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) e PETROBRAS ON (SA:PETR3) subiram 0,16% e 1,19%, respectivamente, mesmo com a queda dos preços do petróleo no mercado internacional.

- VALE ON (SA:VALE3) caiu 0,36%, com os futuros de minério de ferro na China ampliando perdas, para marcar a primeira queda mensal desde outubro, com o rápido crescimento do coronavírus alimentando os temores de uma recessão global.

- FLEURY ON (SA:FLRY3) valorizou-se 4,17%. O UBS destacou que laboratórios podem se beneficiar de um aumento nos volumes de exames/diagnósticos e em alguns casos dos serviços de vacinação. "O Fleury, em particular, poderia ver um aumento adicional nas vendas." Ainda no setor de saúde, RD ON (SA:RADL3) subiu 5,86%, mas QUALICORP ON (SA:QUAL3) recuou 1,86%.

- MRV ON (SA:MRVE3) teve acréscimo de 7,26%, tendo no radar balanço do quarto trimestre, previsto para segunda-feira após o fim do pregão. Mais cedo a Abecip divulgou que os financiamentos imobiliário com recursos da caderneta de poupança somaram 7,27 bilhões de reais em janeiro, alta de 42,7% sobre um ano antes.

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