Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, apoiada principalmente pela Vale, na esteira do avanço dos futuros do minério de ferro na Ásia, e também ajudada pelo alívio na curva de juros local (DIs) e ganhos em Wall Street.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,36%, a 116.883,34 pontos, recuperando parte da perda de mais de 2% acumulada na semana passada. O volume financeiro somou 18,5 bilhões de reais.
Na visão do analista da Ouro Preto Investimentos Sidney Lima, a bolsa refletiu uma melhora no sentimento nos mercados externos, além de divulgações na China, que renovaram expectativas de recuperação para a segunda maior economia do mundo.
Dados do governo chinês mostraram que os preços ao consumidor voltaram a subir em agosto, enquanto novos empréstimos bancários superaram as expectativas ao quase quadruplicarem em agosto em relação a julho.
O órgão regulador financeiro da China também reduziu a ponderação de risco que atribui às carteiras de seguradoras em ações de blue-chips e de tecnologia, enquanto o banco central chinês está aumentando o controle sobre compras de dólares.
"Isso trouxe um tom mais positivo para o minério de ferro....e estimulou um movimento relevante da Vale, o que automaticamente puxou o índice para cima", afirmou Lima.
Wall Street também contribuiu para a recuperação local, com o S&P 500 avançando 0,67%, tendo entre os destaques o salto da Tesla (NASDAQ:TSLA) após recomendação "overweight" do Morgan Stanley (NYSE:MS) em meio a perspectivas envolvendo seu supercomputador.
No Brasil, as taxas futuras de juros recuaram, em meio à busca global por ativos de maior risco. No fim da tarde desta segunda-feira, a taxa do DI para janeiro de 2024, o mais negociado, estava em 12,315%, de 12,342% do ajuste anterior.
Destaques
- VALE ON (BVMF:VALE3) avançou 1,44%, a 67,67 reais, beneficiada pela alta dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrou o dia com alta de 2,4%, a 851,5 iuans (116,8 dólares) a tonelada.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) teve variação negativa de 0,09%, a 33,37 reais, conforme os preços do petróleo mostraram certa estabilização no exterior. O contrato Brent, usado como referência pela companhia, fechou praticamente estável, a 90,64 dólares o barril.
- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) subiu 2,54%, a 27,45 reais, e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) ganhou 1,88%, a 14,65 reais, após perdas da semana passada. Em Nova York, NUBANK saltou 8,37% após o JPMorgan (NYSE:JPM) elevar para "overweight".
- B3 ON (BVMF:B3SA3) valorizou-se 2,95%, a 12,91 reais, reagindo após perder mais de 3% no acumulado da semana passada.
- BRASKEM PNA (BVMF:BRKM5) caiu 3,19%, a 23,38 reais, tendo como pano de fundo relatório da equipe da XP (BVMF:XPBR31) dando início à cobertura do papel com recomendação "neutra" e preço-alvo de 27 reais, enquanto disse que, no setor petroquímico, prefere UNIPAR PNB.
- EZTEC (BVMF:EZTC3) ON avançou 5,84%, a 22,1 reais, com CYRELA ON (BVMF:CYRE3) também entre as maiores altas do Ibovespa, com ganho de 2,92%. O índice do setor imobiliário na B3, que também inclui papéis de empresas de shopping centers, ganhou 2,21%.