Por Andre Romani
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa tinha leve queda nesta segunda-feira, em sessão de tímidas variações, seguindo os mercados externos em meio a novas tensões na guerra entre Rússia e Ucrânia e, localmente, em dados de inflação e pesquisas eleitorais.
Vale era a principal influência negativa, enquanto JBS estava no lado oposto.
Às 11:42 (de Brasília), o Ibovespa caía 0,54%, a 115.741,41 pontos. Na mínima da sessão, o índice esteve em 115.679,21 pontos, enquanto na máxima foi a 116.840,61 pontos. O volume financeiro somava de 7,4 bilhões de reais.
Moscou realizou ofensivas na Ucrânia, incluindo na capital Kiev, em aparente retaliação a um ataque a uma ponte vital que liga a Rússia à península anexada da Crimeia no fim de semana. O acirramento do conflito pressionava os mercados pela manhã, adicionalmente ao cenário de alta de juros global, com queda de índices na Europa e nos Estados Unidos.
Em Wall Street, o Nasdaq e o S&P 500 exibiam leve queda de 0,8% e 0,3%, respectivamente, enquanto o Dow Jones subia 0,1%. Os índices vêm de três sessões de queda, o que servia de contraponto, já que incentivava a aquisição de ações a preços vistos como atrativos.
Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos, disse que o Ibovespa acompanha os mercados internacionais, destacando no cenário interno "monitoramento político primordialmente, uma vez que as leituras de inflação desta semana devem continuar a confirmar desaceleração".
O índice de inflação IGP-M caiu mais do que o esperado em setembro, com novo alívio nos preços de combustíveis e de commodities, divulgou a FGV pela manhã. Na terça-feira, o IBGE publica o IPCA do mês passado.
Investidores ainda digerem resultado do Datafolha na sexta-feira antes da divulgação nesta segunda-feira de novo levantamento Ipec sobre o segundo turno da eleição presidencial.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) larga com 49% das intenções de voto para o segundo turno contra 44% do presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo a primeira pesquisa Datafolha divulgada após a votação.
DESTAQUES
- BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) caía 0,9%, a 20,28 reais, após analistas do Itaú BBA cortarem recomendação do papel a "market perform", com expectativa de fracos resultados no terceiro trimestre. Entre os grande bancos, BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) destoava e subia 0,5%, a 40,82 reais. A instituição estatal é a preferida do Itaú BBA no setor.
- COSAN ON (BVMF:CSAN3) cedia 5,7%, a 15,70 reais, estendendo queda da sexta-feira, quando fechou em baixa de 8,7%, na esteira de anúncio de aquisição pelo conglomerado de cerca de 4,9% do total de ações ordinárias da mineradora Vale.
- BRF ON (BVMF:BRFS3) subia 5,2%, a 14,56 reais, em sessão positiva para frigoríficos. JBS ON (BVMF:JBSS3) aumentava 4,6%, MINERVA ON (BVMF:BEEF3) ganhava 3,2%, e MARFRIG ON (BVMF:MRFG3) exibia elevação de 3%.
- VALE ON (BVMF:VALE3) perdia 2,1%, a 74 reais, mesmo com alta do minério de ferro na Ásia devido a menores estoques em portos da China durante o feriado no país no início do mês.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) exibia perdas de 1%, a 33,29 reais, enquanto o petróleo operava próximo da estabilidade. PETRORIO ON reduzia 1,4% e 3R PETROLEUM ON aumentava 0,8%.
- ONCOCLÍNICAS ON, que não faz parte do Ibovespa, subia 1%, a 7,17 reais, após anunciar expansão de parceria com a cooperativa Unimed Nacional para criação de uma joint venture para oferta de serviços de tratamento de câncer.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)