Investing.com - Apesar de o anúncio do governo do uso de recursos de precatórios para financiar seu programa de assistência social ter aumentado os temores em relação à manutenção da disciplina fiscal, a Western Asset acredita que os preços já se ajustaram a isso e segue apostando que a bolsa tem um potencial de alta considerável. O IBrX, na estimativa do banco, deve subir cerca de 24% nos próximos 12 meses.
Às 15h53, o índice IBrX 100, que reúne as 100 ações mais negociadas na bolsa de valores brasileira, operava a 40.867,75, em alta de 2,3%.
Em relatório distribuído nesta segunda-feira (5), a gestora estimativa que o crescimento do lucro das empresas que compõem o IBrX deve ser de -45% em 2020, contra 16% na previsão anterior; 111% em 2021 e 10% em 2022. Além disso, a Western considera um P/L de 13x daqui a um ano.
O mês de setembro, no entanto, foi majoritariamente negativo para a bolsa do Brasil, assim como ao redor do mundo, com o IBrX recuando 4,6%.
No cenário macro, apenas um acontecimento no mês de setembro foi positivo para a bolsa de valores: a decisão do governo de enviar um projeto de reforma administrativa ao Congresso.
Diversos eventos, por outro lado, tiveram efeito negativo sobre os ativos: as medidas de bloqueio para conter uma segunda onda de Covid-19 na Europa, que aumentaram os temores de uma desaceleração; a tentativa do Tesouro de colocar títulos prefixados de prazos mais longos; e o anúncio de uso recursos de precatórios para o financiamento do programa Renda Cidadã.
Porém, o mês também foi negativo para as bolsas ao redor do mundo. Nos EUA, as ações de tecnologia, principalmente Apple (NASDAQ:AAPL), Google (NASDAQ:GOOGL), Facebook e Amazon (NASDAQ:AMZN), passaram por intensa volatilidade, com queda de 5,2% do Nasdaq contra 3,9% do S&P 500. Na visão da gestora, “observando-se de uma perspectiva um pouco mais longa, a realização não parece, de forma alguma, exagerada”, dado o forte rali destas ações desde o início do ano.
Vale ressaltar, ainda, que a Western destaca as ações de educação como as de pior performance da bolsa brasileira, impactadas pelas dúvidas em relação à volta às aulas, e as locadoras como ganhadoras após o acordo entre Localiza (SA:RENT3) e Unidas.