Por Patricia Vilas Boas
SÃO PAULO (Reuters) - A presidente-executiva da Iguatemi (BVMF:IGTA3), Cristina Betts, afirmou nesta sexta-feira que o desempenho da receita líquida deve continuar no topo das previsões da operadora de shopping centers, após o crescimento de 8% no primeiro trimestre do ano.
Ela ressaltou que os números do período de janeiro a março tiveram efeito da performance de estacionamento, que veio "muito melhor" do que a empresa esperava, mas também da locação temporária.
"Nós estamos bastante positivos a certamente continuar no topo", afirmou a executiva em teleconferência com analistas após a Iguatemi reportar na véspera lucro líquido ajustado de 108,4 milhões de reais no primeiro trimestre, alta de 63% ano a ano.
A Iguatemi estima um crescimento da receita líquida com operações de shoppings, outlets e torres comerciais entre 4% e 8% para 2024.
Às 14:48, os papéis da companhia avançavam 2,5%, a 22,16 reais, enquanto o Ibovespa subia 1,1%.
Na visão de analistas do Itaú BBA, a Iguatemi reportou um conjunto de resultados bom para o trimestre, com um fluxo de caixa operacional (FFO) ligeiramente acima da estimativa dos analistas.
"No entanto, não esperamos que essa leve superação (das expectativas) leve a revisões para cima da nossa estimativa de FFO para o ano todo", acrescentaram, destacando também uma tendência operacional positiva com volumes de vendas saudáveis, custos de ocupação controlados e diminuição de inadimplências.
O FFO ajustado da Iguatemi somou 153,7 milhões de reais no primeiro trimestre, 38,7% acima do registrado no mesmo período um ano antes, com margem FFO ajustada em 50,5%, 11,9 pontos percentuais acima do apurado no final de março de 2023.
A equipe de analistas do Bank of America (NYSE:BAC) também trouxe atenção para o crescimento do FFO, impulsionado por despesas mais baixas na comparação ano a ano, e aluguéis relativamente brandos.
Os números divulgados na noite da véspera também mostraram que a margem Ebitda com operação de shoppings da Iguatemi ficou em 78,9% no final do primeiro trimestre, contra previsão de 82% a 85% em 2024. A margem Ebitda total, esperada em 75% a 79% este ano, encerrou março em 74,1%.
Os investimentos, por outro lado, totalizaram 51,5 milhões de reais nos primeiros três meses do ano, contra expectativa de um "capex" entre 190 milhões e 230 milhões de reais para o ano.