SÃO PAULO (Reuters) - A composição do Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&FBovespa (SA:BVMF3) para 2016 encolheu em relação à carteira atual e destaca a ausência de ações de companhias como Vale, Gerdau (SA:GGBR4) e Sabesp (SA:SBSP3), enquanto Cesp (SA:CESP5) e Oi foram incluídas nas listagem.
A nova formação do ISE, que irá vigorar a partir de 4 de janeiro, traz 40 ações de 35 companhias, contra 50 ações de 38 empresas na composição atual. Também deixaram de fazer parte os papéis da empresa de logística JSL e da companhia de energia elétrica Coelce.
A publicação da carteira do índice ocorre após o desastre ambiental em Minas Gerais ocorrido com o rompimento de barragens de rejeitos de mineração da Samarco, no início do mês. A mineradora é uma joint-venture entre a Vale e a BHP Billiton.
Apesar da redução, a BM&FBovespa avaliou em comunicado à imprensa que a nova carteira traz "expressivo aumento da transparência por parte das companhias", uma vez que aumentou a o percentual de empresas que autorizaram a abertura das respostas do questionário usado no processo de seleção.
Em nota, a Vale afirmou que mantém seus compromissos nos avanços da agenda de sustentabilidade e destacou que se manteve no ISE por cinco anos consecutivos até 2015. Já a Gerdau não quis comentar sobre o assunto durante encontro com investidores na quinta-feira.
O ISE acumula em 2015 perda ao redor de 7 por cento, enquanto o Ibovespa contabiliza declínio de cerca de 6 por cento. Segundo a bolsa, o índice teve rentabilidade de cerca de 129 por cento contra 51,3 por cento do Ibovespa nos últimos 10 anos.
De acordo com a BM&FBovespa, são convidadas a participar do processo anual do ISE as companhias que detêm as 200 ações mais líquidas da bolsa na virada da carteira. Para o processo da carteira anunciada nesta edição, foram convidadas 180 companhias.
A formulação do ISE tem como parceiro técnico o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces).
Entre as características das companhias que compõem o novo ISE, a BM&FBovesa informou que 75 por cento das empresas incluem avaliações e discussões periódicas de temas socioambientais nas reuniões do Conselho de Administração ou de comitês que reportam a ele, bem como 93 por cento declaram possuir política corporativa sobre mudanças climáticas aprovada pelo Conselho de Administração ou pela alta direção.
(Por Paula Arend Laier, com reportagem adicional de Marta Nogueira)