Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista abriu a semana com fortes ganhos, embalada pelo viés positivo em praças acionárias no exterior e expectativa de avanço na reforma da Previdência nesta semana, com as ações da Petrobras entre os destaques da sessão.
O Ibovespa encerrou em alta de 2,79 por cento, a 98.026,62 pontos, maior patamar de fechamento desde 5 de fevereiro. O volume financeiro somou 14,6 bilhões de reais.
"Otimismo com o andamento da Previdência", resumiu o gestor Henrique Bredda, da Alaska Asset Management, sobre o desempenho na Bovespa, acrescentando que o mercado vinha de um certo mau humor. "Estava leve", disse.
O ânimo vem após comentários mais engajados do presidente Jair Bolsonaro em defesa da reforma, além de sinalizações do ministro da Economia, Paulo Guedes, de uma pauta positiva, conforme entrevista publicada no Estadão do domingo.
As atenções agora estão voltadas para a instalação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara dos Deputados, primeiro colegiado em que a reforma tramitará, o que é esperado para ocorrer na quarta-feira.
Nos últimos dias, ruídos políticos e ceticismo com a titubeante articulação política fizeram o Ibovespa recuar abaixo de 94 mil pontos durante o pregão, mas o desempenho desta sessão reverteu as perdas de março e o aproximou de 98 mil pontos.
Em Wall Street, a segunda-feira pôs fim a uma série de cinco pregões de queda, com ações de tecnologia entre os principais suportes, além de números melhores sobre as vendas no varejo dos Estados Unidos. O S&P 500 subiu 1,47 por cento.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) fechou em alta de 4,05 por cento, em meio à alta do petróleo e plano de cortar 8,1 bilhões de dólares de seus custos operacionais no período de 2019 a 2023, principalmente com reduções nas despesas com funcionários e com menores gastos em propaganda e escritórios. PETROBRAS ON (SA:PETR3) valorizou-se 5,66 por cento.
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) avançou 4,06 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN teve elevação de 3,27 por cento. SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) avançou 3,6 por cento.
- BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) valorizou-se 3,07 por cento, com analistas citando que o banco está buscando parcerias nas unidades de gestão de ativos, banco de investimento e cobrança de dívidas, em vez de listá-los em bolsa.
- VALE (SA:VALE3) ganhou 2,11 por cento, após relatório do Credit Suisse elevando o preço-alvo dos ADRs (recibo de ações negociados nos EUA) da mineradora de 15,50 para 16,50 dólares, e reiterando a recomendação 'outperform', entre outros fatores em razão da perspectiva de preço de minério de ferro mais elevado.
- CSN (SA:CSNA3) fechou em alta de 5,81 por cento, com melhora de preço-alvo por analistas do Credit Suisse de 11 para 15 reais, com recomendação 'neutra', em função do processo de desalavancagem. BTG Pactual (SA:BPAC11) também aumentou de 13 para 18 reais, com recomendação de 'compra'.
- SABESP avançou 4,31 por cento, tendo de pano de fundo expectativas ligadas a uma eventual privatização da empresa paulista de saneamento, após o secretário de Fazenda do Estado, Henrique Meirelles, afirmar à Agência Bloomberg que o governo chegou a um consenso de que o melhor a se fazer é privatizar a Sabesp (SA:SBSP3).
- AZUL PN (SA:AZUL4) subiu 6,45 por cento, após acordo não vinculante de 105 milhões de dólares para compra de ativos da Avianca Brasil. Fonte próxima da Azul disse à Reuters que, com o acordo, a aérea ficará com todos os slots da rival nos aeroportos de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ) e cerca de metade deles em Guarulhos (SP).
- GOL cedeu 2,59 por cento, em meio ao acordo entre Azul e Avianca Brasil, mas também após a queda de um Boeing 737 MAX 8 operado pela Ethiopian Airlines no domingo, mesmo modelo que caiu na costa da Indonésia em outubro. A Gol (SA:GOLL4), que tem 7 aeronaves 737 MAX 8 que operam basicamente em rotas internacionais, disse que mantém os mesmos em operação. A Fundação Procon-SP, contudo, disse que vai pedir para a companhia suspender operações com tais aviões.
- KLABIN UNIT (SA:KLBN11) recuou 0,67 por cento, após a fabricante de papel e celulose anunciar na noite de sexta-feira a renúncia do diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Gustavo Henrique de Sousa, citando motivos pessoais. Os cargos passam a ser acumulados pelo diretor-geral, Cristiano Teixeira.
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