Os estrategistas do JPMorgan (NYSE:JPM) reiteraram sua postura cautelosa em relação às ações dos Estados Unidos, por acreditar que é pouco provável que a resiliência do mercado dure muito tempo.
Os analistas do banco argumentam que os dados econômicos devem piorar no segundo semestre do ano, com pressão sobre os resultados corporativos. Com isso, levantam a seguinte questão: "é preciso resolver uma desconexão básica: como o Federal Reserve [banco central americano] irá agir se não houver dor?".
"Acreditamos que a visão consensual de que as piores pressões ficaram para trás está equivocada, uma vez que o impacto do aperto monetário tende a ocorrer com defasagem, e alguns suportes ao crescimento estão perdendo força, como é o caso do excesso de poupança e das fortes margens de lucro", escreveram em uma nota aos clientes.
Assim, afirmam que o setor de tecnologia "pode ter dificuldade em avançar mais no segundo semestre", a menos que haja uma ampliação dos setores em destaque.
"Se os mercados enfraquecerem no segundo semestre, como esperamos, os Estados Unidos costumavam ser um mercado menos arriscado do que outros em períodos de baixa. Aconselhamos em outubro passado a adotar uma visão mais positiva em relação à tecnologia e estamos com uma posição acima da média em ações de crescimento em relação aos papéis de valor este ano, mas a trajetória do setor tem sido excepcional e a tecnologia pode passar por momentos difíceis."
Um dos pilares fundamentais da postura pessimista do JPMorgan em relação às ações dos Estados Unidos é a crença de que o poder de precificação corporativo pode se enfraquecer a partir de agora.