Por Marta Nogueira e Gram Slattery
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) avalia juntamente com a Odebrecht listar a Braskem (SA:BRKM5) no Novo Mercado da bolsa paulista B3, como forma de agregar valor à petroquímica, disse nesta sexta-feira a diretora-executiva de Refino e Gás Natural da petroleira, Anelise Lara.
Para ser listada no Novo Mercado, a Braskem precisa ter apenas ações ordinárias negociadas, além de seguir uma série de regras de governança de alto nível.
"O nosso objetivo, a gente vem conversando com eles (Odebrecht), é buscar agregar valor à Braskem... isso o sócio concorda conosco, então a expectativa é negociar nos próximos meses ações no sentido de melhorar a agregação de valor para a Braskem", disse Lara, durante coletiva com a imprensa sobre os resultados no terceiro trimestre.
A Braskem permanece nos planos de desinvestimentos da Petrobras, que prevê sair do setor petroquímico no momento, frisou Lara.
No entanto, a Petrobras vem encontrando dificuldades para se desfazer do ativo, enquanto a Odebrecht passa por sérios problemas financeiros.
"Isso passa por várias alternativas, inclusive um processo de M&A ou eventualmente a criação de uma 'corporation', onde a gente iria para o Novo Mercado e ficaria com nova estrutura de governança", acrescentou ela.
A Odebrecht chegou a negociar a venda de sua parcela na Braskem para a fabricante de produtos químicos LyondellBasell Industries (NYSE:LYB), operação que era aguardada pela Petrobras, que poderia aproveitar para se desfazer do ativo. No entanto, as negociações foram encerradas em junho, sem sucesso.
Logo após a declaração da executiva, a ação PNA da Braskem tocou máxima da sessão na B3, a 28,45 reais, perdendo força em seguida. Por volta das 15h30, operava em queda de 0,33, a 27,56 reais.
A Odebrecht tem 38,3 por cento da Braskem, ou 50,1 por cento do capital com direito a votos, enquanto a Petrobras tem uma participação total de 36,1 por cento, ou 47 por cento das ações com direito a voto, segundo informações do site da companhia.
Durante a coletiva, Lara também confirmou reportagem da Reuters recente, que relatou que a Petrobras está em negociações com a Pré-Sal Petróleo SA (PPSA) para se tornar agente comercializador do petróleo da União produzido nas áreas de contratos de partilha de produção no pré-sal.