SÃO PAULO (Reuters) - As ações da M. Dias Branco (BVMF:MDIA3) disparavam nesta segunda-feira, após a empresa líder nos mercados de biscoitos e massas no Brasil reportar desempenho trimestral acima das expectativas do mercado, mais do que dobrando o resultado operacional.
Às 11:19, os papéis saltavam 15,27%, a 37,67 reais, melhor desempenho do índice Small Caps na bolsa paulista, que subia 0,51%. Na máxima mais cedo, as ações chegaram a 38,57 reais, maior cotação intradia desde março de 2020.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou 357,1 milhões de reais, um avanço de 113,6% no ano a ano. A margem Ebitda da companhia cresceu 5,8 pontos percentuais, para 14,3%.
Após o balanço, analistas do JPMorgan (NYSE:JPM) elevaram a recomendação das ações da companhia para 'neutra', de 'underweight' anteriormente, e estabeleceram o preço-alvo das ações a 37,50 reais no final de 2023, de 29,50 reais no final de 2022.
"Embora os custos permaneçam em alta, a empresa conseguiu entregar uma sólida expansão de margem bruta... principalmente em função do aumento de preço..., chegando a uma elasticidade melhor do que o esperado", afirmaram Lucas Ferreira e equipe.
"Este trimestre marca o fim de uma longa série de revisões para baixo nas projeções dos lucros e mostra um caminho para a empresa recuperar seus níveis históricos de margem Ebitda de 16-18%", afirmaram em relatório a clientes.
Mesmo cautelosos com o ambiente competitivo à frente e uma possível desaceleração impactando o poder de compra, elevaram suas estimativas para o Ebitda de 2022 e 2023 em 56% e 26%, respectivamente, a 1,121 bilhão e 1,263 bilhão de reais.
Analistas do BTG Pactual (BVMF:BPAC11) reiteraram sua recomendação 'neutra', mas também elevaram o preço-alvo das ações da M. Dias Branco, para 35 reais, bem como suas previsões de Ebitda --em 58% para 2022 e 34% para 2023.
"A menos que a inflação de custos aumente ainda mais, acreditamos que a M. Dias Branco pode entregar margem Ebitda acima de 14% nos próximos trimestres e em diante", acrescentaram Thiago Duarte e Henrique Brustolin em relatório a clientes.
Na visão dos analistas do banco, a discussão é sobre se a margem Ebitda de longo prazo vai superar a média de 10 anos de 14,5% ou da média de 15 anos de 15,7%.
Para Duarte e Brustolin, a margem de longo prazo é agora de 16,7%, com uma participação no mercado de biscoitos e massas de 30,5%. "Não é um cenário pessimista."
(Por Paula Arend Laier)