Braskem e Unipar confirmam negociação sobre ativos e ações disparam
Por Patricia Vilas Boas
SÃO PAULO (Reuters) - O Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) teve um prejuízo líquido de R$24,4 milhões no segundo trimestre, revertendo lucro de R$23,6 milhões observado no mesmo período do ano passado, com impacto de despesas não recorrentes e uma provisão realizada após captação de recursos junto à IFC e ao BID Invest.
Em dado ajustado, a empresa obteve lucro líquido de R$1,8 milhão, afundando 95,3% em relação ao segundo trimestre de 2024, conforme balanço financeiro divulgado nesta quinta-feira, em resultado nesse caso afetado principalmente pelo aumento do CDI.
À Reuters, o diretor financeiro do Magazine Luiza, Roberto Bellissimo Rodrigues, afirmou que as captações realizadas com a International Finance Corporation (IFC) e o banco multilateral de desenvolvimento BID Invest no período, somando US$180 milhões, exigiram uma provisão de R$26,5 milhões que afetou a linha final do balanço, além de outras despesas não recorrentes.
No resultado ajustado, explicou o executivo, o efeito foi pressionado principalmente pelas despesas financeiras ajustadas, que subiram 23,6% no comparativo anual, para R$495,6 milhões.
"Na despesa financeira a gente não consegue isolar totalmente o efeito do CDI... E o CDI saiu de 10,5% para 15%. Então, a gente mitigou esse efeito bastante, mas é quase que impossível isolar totalmente."
Nesse cenário, disse Rodrigues, a companhia segue focada em aumentar margens e repassar "o que a gente puder repassar".
Apesar do prejuízo contábil, a empresa apresentou evolução operacional no trimestre, com lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) crescendo 4,9% ano a ano, a R$687,1 milhões, ou 2,3% em base ajustada, a R$726,7 milhões.
A companhia atribuiu o desempenho operacional no período ao crescimento das lojas físicas, citando também controle rigoroso sobre despesas e performance positiva da financeira Luizacred, uma parceria entre Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4) e Magazine Luiza.
As vendas nas lojas físicas da varejista totalizaram R$4,7 bilhões no trimestre, um aumento de 3% em comparação ano a ano.
Mas as vendas totais, que incluem também vendas no e-commerce com estoque próprio e no marketplace, tiveram variação negativa de 0,6% no período, para R$15,3 bilhões, puxadas principalmente pela queda de 6,4% no marketplace, onde a concorrência em produtos de tíquete mais baixo é acirrada.
"A gente vendeu menos no marketplace categorias de tíquete médio baixo, muito baixo, que são categorias que têm margem de contribuição unitária negativa", afirmou o CFO.
"A gente não quis participar dessa guerra de preços que alguns marketplaces estão fazendo no sentido de subsidiar e assumir esse prejuízo de produtos de tíquete médio muito baixo... é uma questão bem circunstancial, dado o nosso foco em aumento de margem, foco em rentabilidade, foco em produtos de qualidade, produtos de tíquete médio alto."
No balanço, a empresa também chamou atenção para o lucro de R$101,8 milhões da financeira Luizacred no segundo trimestre, um crescimento de 43,7% ante a mesma etapa de 2024, além de uma redução da inadimplência das safras mais recentes.