Investing.com - O mercado volta suas atenções à economia com a publicação do aguardado Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central, após dias de foco na crise política que se arrasta por mais de um mês desde a delação da J&F vir a público e trazer conversas pouco republicanas de Michel Temer.
O Ibovespa Futuros avança 0,6% para 61.900 pontos depois do índice fechar ontem com leve queda de 0,01% a 60.791 pontos.
O Banco Central reduziu sua projeção de inflação em 2017 e 2018, mas reforçou que os juros deverão cair com ritmo moderado dado as incertezas políticas, especialmente com a aprovação das reformas no Congresso.
A projeção de IPCA para este ano caiu para 3,8%, ante 4% no último comunicado do Copom, e, para o próximo ano, 4,5%, ligeiramente abaixo dos 4,6% anteriormente previsto. A expectativa do banco é que o PIB avance 0,5% em 2017.
O relatório reforça a posição já conhecida de que o BC pretende pôr o pé no freio do ritmo de queda da Selic mesmo em um cenário benigno para a inflação, que deverá fechar o ano bem abaixo do centro da meta de 4,5%. O vilão que impede a queda dos juros é a política, que não consegue fornecer um cenário previsível de avanço das reformas e do comando do país.
Abalado pela delação da J&F e investigações e depoimentos na sequência, Michel Temer tenta consolidar um apoio mínimo da base aliada para barrar uma provável denúncia da Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal.
Em paralelo, Temer quer garantir especialmente o apoio do PSDB para avançar com a reforma da Previdência, que está há mais de um mês parada na Câmara dos Deputados aguardando o momento de ser levada ao Plenário.
Durante o dia, os investidores ainda deverão voltar suas atenções ao STF para o julgamento da revisão do acordo de delação da J&F. A expectativa é que o supremo mantenha os termos e Edson Fachin como relator, depois do voto do próprio ministro e de Alexandre de Moraes nesse sentido.
Commodities
O petróleo opera em leve alta de 0,5% após registrar perdas nos últimos três dias, que levaram a commodity para o menor valor desde novembro, antes do acordo de corte da Opep. O WTI é vendido a US$ 42,75 o barril, enquanto o Brent sobe 0,8% a US$ 45,15 o barril.
O minério de ferro fechou em leve baixa de apenas 0,5 iuanes na bolsa de futuros de Dalian e encerrou a sessão negociado a 425,5 iuanes a tonelada. Para a entrega spot em Qingdao, a cotação cedeu 0,5% para US$ 56,53 a tonelada.
Mundo corporativo
Depois de notícias de pressões dos bancos credores, os minoritários se mexem para afastar os irmãos Batistas do comando da JBS (SA:JBSS3), que vem enfrentando dificuldades em sua operação e tenta estratégias para não perder vendas.
A Fibria (SA:FIBR3), maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, ainda não se vinculou à compra da Eldorado Brasil, controlada pela J&F. A empresa, contudo, manteve uma porta aberta ao negócio ao dizer que "avalia e monitora constantemente oportunidades de crescimento por meio de aquisições de ativos estratégico".
A Braskem (SA:BRKM5) vai investir US$ 675 milhões para construir sua sexta fábrica de polipropileno nos Estados Unidos.
A B3 (SA:BVMF3) prevê que 15 a 20 empresas deverão fazer abertura de capital ainda neste ano.
O Itaú Unibanco (SA:ITUB4) decidiu não fazer oferta vinculante para comprar o controle do argentino Banco Patagonia, depois de o jornal argentino Clarin afirmar que o banco fez a melhor proposta.
A Eletrobras (SA:ELET3) deverá cortar quase 50% de sua força de trabalho no processo de reestruturação, disse o presidente da empresa, Wilson Ferreira Jr.
A falta de consenso entre os membros do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre os remédios para fusão entre Kroton Educacional (SA:KROT3) e Estácio Participações (SA:ESTC3) cria entraves à aprovação do acordo, segundo a Reuters.
A Cemig (SA:CMIG4) aprovou o desinvestimento total de sua participação na Light (SA:LIGT3).
A Magazine Luiza (SA:MGLU3) suspendeu os estudos para uma oferta pública de distribuição de ações.
Com Reuters