Boom das criptos: quais ações do setor podem surpreender na alta?
SÃO PAULO (Reuters) - Marcos Galperin, fundador do Mercado Livre (NASDAQ:MELI) e responsável por transformá-lo na empresa mais valiosa da América Latina listada em bolsa, deixará o cargo de CEO no final deste ano, informou a companhia nesta quarta-feira.
Galperin será substituído por Ariel Szarfsztejn, que atualmente comanda a área de comércio eletrônico da empresa, a partir de 1º de janeiro.
Nascido em Buenos Aires, Galperin cofundou o Mercado Livre em 1999 com três colegas da Escola de Negócios da Universidade de Stanford e se tornou o homem mais rico da Argentina.
Aos 53 anos, ele assumirá agora "um papel mais estratégico" como presidente executivo do conselho de administração, segundo documento do Mercado Livre à SEC, órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos.
"Tenho absoluta convicção de que Ariel Szarfsztejn é a pessoa certa para liderar esta nova etapa como CEO do MELI". declarou Galperin em uma mensagem pessoal nas redes sociais.
Szarfsztejn, de 43 anos, é mestre em administração pela Stanford e entrou no Mercado Livre em 2017, ocupando diversas posições antes de assumir a liderança da área de comércio eletrônico em 2023.
Analistas do Santander (BVMF:SANB11) classificaram a transição como uma "evolução natural" na trajetória de Galperin e disseram não esperar mudanças estratégicas significativas como resultado.
Conhecido como a resposta da América Latina à Amazon (NASDAQ:AMZN), dos Estados Unidos, ou ao Alibaba (NYSE:BABA) , da China, o Mercado Livre acumula atualmente um valor de mercado de US$ 131 bilhões.
O mercado reagiu com tranquilidade ao anúncio desta quarta-feira durante as negociações estendidas, indicando que os investidores estão satisfeitos com a transição e o cronograma estabelecido.
As ações da empresa, que estrearam na Nasdaq em 2007, haviam fechado o dia com um recorde histórico.
Galperin, bilionário e um dos empreendedores mais influentes da região, havia dito à Reuters em setembro que se afastaria "em algum momento" de sua posição, mas indicou que permaneceria próximo da empresa caso o fizesse.
"Vejo tantas oportunidades no Mercado Livre. Acho que este é o lugar onde enxergo mais possibilidades para o futuro. Se eu fosse começar algo novo, seria dentro do Mercado Livre", afirmou na época.
(Reportagem de André Romani; reportagem adicional de Rodrigo Campos e Lucinda Elliot)