Investing.com - O mercado tenta digerir o estouro da barragem em Brumadinho e busca precificar a incerteza em relação ao impacto financeiro nos caixas das principais empresas envolvidas.
A Vale (SA:VALE3) deixou o leilão pouco após às 10h20 com perdas de 19% a R$ 45,07, mostrando o mau humor do mercado em relação à mineradora. Na quinta-feira, o ativo fechou a R$ 56,15.
A bolsa de NY já tinha apontado para o tombo nos ativos da empresa e a ADR recuou 8,1% na sexta-feira e acumular perdas de mais de 10% no pré-market de hoje.
Os investidores repercutem a pressão sobre o caixa da companhia para indenizar, cobrir multas e reconstruir a área. A Justiça já bloqueou R$ 11 bilhões da companhia, cerca de 40% da disponibilidade comunicada no último balanço. A empresa busca financiamento adicional com bancos para garantir estabilidade.
O mercado ainda precifica a suspensão dos dividendos e juros sobre o capital próprio e do programa de recompra de ações anunciados hoje. Há dúvidas ainda sobre a capacidade da empresa de seguir no plano desenhado pela equipe comandada por Fabio Schvartsman de crescimento e pagamento de proventos.
A Bradespar (SA:BRAP4), maior acionista individual da Vale, também sente a pressão com o rompimento da barragem que já deixou 58 mortos confirmados, além de 305 desaparecidos. O papel afunda 19%.
Resseguradora do contrato que abrange Brumadinho, o IRB Brasil (SA:IRBR3) recua 1,5% a R$ 86,66. Outras seguradoras também recuam com incertezas sobre eventuais custos relacionados ao rompimento da barragem e danos a imóveis e automóveis da região. Sul Aamérica cede 2%, enquanto a Porto Seguro (SA:PSSA3) recua 1,5%.
Pressionado pelo pessimismo provocado pela Vale e o recuo do petróleo, o Ibovespa cede 1,9% a 95.808 pontos.