Investing.com - O desastre de Brumadinho e as consequências para a Vale (SA:VALE3) continuam a trazer incerteza e pesar sobre o sentimento do investidor sobre o papel da mineradora. Nos EUA, a ADR opera com perdas de 10% no pré-market da bolsa de Nova York.
Desde sexta-feira, quando a barragem estourou, o ativo recuou 17%, movimento que antecipa a abertura da negociação da ação na B3.
Até a manhã desta segunda-feira, foram contabilizadas 58 mortes, dos quais 19 corpos já foram identificados, além de 305 desaparecidos.
A Vale informou ao mercado que suspendeu o pagamento de dividendos, juros sobre o capital próprio e o programa de recompra de ações, além de não pagar bônus aos acionistas em um movimento para fortalecer o caixa da mineradora que será fortemente impactado pelo caso.
A Justiça já bloqueou R$ 11 bilhões da Vale para garantir indenizações e a reconstrução da área, o que pode prejudicar a posição financeira da companhia, que registrava R$ 24 bilhões em caixa no último balanço.
Minério em alta
Na China, o contrato do minério de ferro mais negociado na bolsa de Dalian chegou a subir 6 por cento, para 567,5 iuanes (84,23 dólares) por tonelada, maior nível desde setembro de 2017, antes de devolver parte dos ganhos e fechar com alta de 2,8 por cento, a 550,5 iuanes.
"O acidente envolve minério de ferro brasileiro de alto teor. No entanto, acho que os preços físicos podem não se alterar tanto quanto os futuros, uma vez que o mercado tem estado muito, muito quieto (antes do Ano Novo Lunar)", disse o analista Richard Lu, da consultoria CRU em Pequim.
O fechamento da mina Córrego do Feijão resultará em uma redução de 1,5 por cento na produção da Vale, o que terá um impacto "insignificante" sobre a oferta, afirmou Helen Lau, analista da Argonaut Securities.