A Mercedes Benz (ETR:MBGn) iniciou conversas com o sindicato para reduzir a produção de caminhões de sua fábrica em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, a um único turno durante dois ou três meses a partir de maio. Hoje, a linha funciona em dois turnos.
Os pedidos no primeiro trimestre caíram mais do que a montadora esperava, obrigando a Mercedes-Benz a segurar a produção. A empresa já tinha dado, na segunda-feira, 3, férias coletivas a 300 trabalhadores. Também reduziu a jornada semanal de trabalho a depender da necessidade de cada área.
Em nota, a montadora diz que já esperava uma redução do mercado em função da antecipação de compras antes do aperto dos limites de emissões na virada do ano, o que exigiu uma mudança de tecnologia que tornou os veículos de carga mais caros. Porém, a demanda se mostrou, desde janeiro, ainda menor do que a expectativa. A Mercedes aponta os juros elevados e as restrições de oferta de crédito como os motivos da redução de demanda.
O objetivo, conforme a fabricante, é gerenciar a queda das encomendas sem demissões. Segundo o sindicato, a necessidade de reduzir o programa de produção deste ano foi comunicada aos trabalhadores em boletim interno.
"Estamos já em processo de negociação com a empresa para avaliar as medidas possíveis e necessárias. Vamos pensar os próximos passos e as alternativas para atravessar esse período", comentou o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Aroaldo Oliveira da Silva. Ele diz ser "urgente" a abertura de linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiamento a taxas mais baixas dos bens de capital.