SÃO PAULO (Reuters) - A Rumo (BVMF:RAIL3) informou na noite da véspera que o ministro do Tribunal de Contas da União Vital do Rego teve manifestação favorável à proposta da companhia para revisão de contrato da malha ferroviária paulista operada pela empresa, que foi repactuado em 2020 por ocasião da renovação antecipada da concessão.
A proposta envolve a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do contrato no valor de cerca de 1,17 bilhão de reais, dos quais 500 milhões serão convertidos em investimentos na própria malha ferroviária operada pela companhia.
A Malha Paulista, unidade da Rumo, apresentou a proposta à Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) em 2022 para atualização do chamado "caderno de obrigações" do contrato de concessão para poder conseguir cumprir os termos de forma "mais eficiente e econômica" e diante de "verificação da impossibilidade de execução de algumas obrigações pontuais" previstas na renovação.
Segundo a Rumo, a proposta é consensual é "benéfica a todos os envolvidos no processo" e estabelece atualização de 22 itens de investimentos de um total de 122 que compõem o caderno.
Apesar da manifestação favorável de Vital do Rego, a Rumo afirmou que houve pedido de vista, do ministro Augusto Nardes, no julgamento da proposta de acordo. Se for aprovada pelo plenário do Tribunal, a proposta será encaminhada à ANTT para novo aditivo do contrato.
Analistas do Bradesco BBI afirmaram que o desembolso total da Rumo com o acordo será equivalente a 0,60 real por ação e que o mercado pode reagir de forma "levemente negativa" ao precificá-lo. "Mas mantemos nossa recomendação 'outperform' com preço-alvo de 28 reais para o final de 2024", afirmaram os analistas. A equipe acrescentou que o assunto pode ser retomado na próxima reunião do TCU, no início de novembro.
(Por Alberto Alerigi Jr.)