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Por Nick Carey e Christoph Steitz
MUNIQUE (Reuters) - As principais montadoras apresentaram seus modelos mais recentes no salão do automóvel de Munique nesta segunda-feira, revelando novos veículos elétricos e modelos de custo mais baixo, enquanto o setor automobilístico da Europa luta contra crises que vão desde o aumento das tarifas comerciais até a elevação dos custos e a rivalidade com as empresas chinesas em seu território.
Com muitas empresas preocupadas com as metas de emissões de carbono difíceis de serem cumpridas pela Europa até 2035, várias disseram que ampliariam seu foco de produção em vez de se restringirem a veículos elétricos ou outros veículos de combustível alternativo.
As montadoras europeias presentes na feira IAA Mobility, em Munique, que vai até sexta-feira, também enfrentam o declínio das vendas na China, o maior mercado individual da Volkswagen, da BMW e da Mercedes-Benz.
"O principal problema é que temos muitas crises ao mesmo tempo", disse o presidente-executivo da VW, Oliver Blume, à Reuters, citando os desafios na China, as tarifas comerciais dos Estados Unidos e um preço enorme se a reestruturação fizer parte da iniciativa de corte de custos da empresa.
Ainda assim, as montadoras parecem estar agora enfrentando a concorrência chinesa de frente, disseram alguns analistas.
As montadoras europeias estão apresentando uma série de novos modelos este ano, depois de aprenderem a lição há dois anos, quando não tinham nenhum modelo novo para enfrentar o ataque chinês, disse Tu Le, fundador da consultoria Sino Auto Insights.
"Os europeus demonstraram que estão absolutamente levando os chineses a sério", disse ele à Reuters.
Blume, da VW, disse que as tarifas dos EUA estão custando à empresa "vários bilhões de euros em nosso balanço" este ano.
Ainda assim, ele disse que a Volkswagen está em negociações positivas com o governo dos EUA sobre investimentos substanciais para mitigar o impacto das tarifas, incluindo uma fábrica para sua marca Audi.
Enquanto isso, a marca de carros esportivos de luxo da VW, Porsche, provavelmente não atingirá sua meta de margem de longo prazo de 20%, já que está "imprensada" entre as tarifas comerciais e um mercado chinês fraco, disse Blume, que também é presidente-executivo da Porsche.
A montadora franco-italiana Stellantis não produzirá mais apenas veículos elétricos como parte de sua meta até 2030, disse Jean-Philippe Imparato, presidente da empresa para a Europa ampliada e para as marcas europeias, durante uma mesa redonda no salão do automóvel.
Imparato citou que as metas de emissões de carbono da UE para 2035 não são mais alcançáveis por nenhuma montadora, o que reforça a decisão da Stellantis de não restringir a produção apenas a veículos elétricos.
Como os altos preços são uma barreira para a adoção mais ampla de VEs na Europa, as montadoras estão correndo para trazer modelos com preços abaixo de 25.000 euros para o mercado.
(Reportagem de Nick Carey e Christoph Steitz)