Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - A aquisição de uma locadora em Portugal é um passo interessante na internacionalização da Movida (BVMF:MOVI3), segundo a visão do mercado. Apesar de alguns investidores questionarem o impacto que esse negócio terá na alavancagem da empresa brasileira, o acordo não deve afetar de forma negativa as finanças da empresa.
Às 11h44, as ações da Movida caíam 2,52%, a R$ 12,79. No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,42%, a 112.400 pontos.
A Movida anunciou a aquisição da locadora de carros portuguesa Drive on Holidays. Esse é o primeiro movimento estratégico da empresa em direção à internacionalização, algo que parece ser uma tendência contínua do grupo Simpar (BVMF:SIMH3). Cerca de 52,5 milhões de euros já foram pago pela transação e outros 2,5 milhões foram retidos para eventuais indenizações.
Para o BTG Pactual (BVMF:BPAC11), a aquisição adiciona uma via de crescimento interessante para a Movida em um momento de lenta melhoria da oferta de veículos no Brasil, além da exposição da sua receita a uma nova moeda.
A empresa portuguesa está sendo totalmente adquirida por um valor empresarial de 66 milhões de euros, segundo os cálculos do {{0|Itaú BBA}, gerando uma relação EV/Ebitda de 4,0x, que se compara a um EV/Ebitda de um ano de 4,5x para a Movida.
Além disso, o Itaú BBA acredita que o negócio permitirá à Movida aumentar gradualmente sua curva de aprendizado no novo mercado português pouco penetrado. A combinação da experiência mais ampla da empresa brasileira no setor de aluguel de carros e o know-how local da experiente equipe de gerenciamento da Drive on Holidays pode criar uma oportunidade significativa para a Movida no futuro, segundo o banco.
Um ponto negativo no anúncio, segundo a Eleven Financial, é que a Movida tem pouco espaço para alavancagem no balanço, com uma dívida líquida/Ebitda de 3,0x no 2T22. Assim, a research entende que o mercado preferiria que a geração de caixa fosse destinada à redução do endividamento.
Porém, a visão da Eleven se alinha com a do Itaú BBA, que destaca que embora os investidores possam estar preocupados com a alocação de capital e a divisão do foco da gestão entre dois países, a transação terá um impacto limitado na alavancagem da Movida. O Ebitda da Drive on Holidays representa quase 2% da estimativa do Itaú BBA para a Movida em 2023.
O Itaú BBA mantém a sua recomendação outperform sobre as ações da Movida com preço-alvo em R$ 26. O BTG e a Eleven indicam compra do ativo, a um preço-alvo de R$ 28 e R$ 25, respectivamente.