SÃO PAULO (Reuters) - A MRV&Co registrou prejuízo líquido atribuído aos controladores de 136,5 milhões de reais no terceiro trimestre, contra lucro de 1,58 milhão de reais no mesmo período em 2022, e de 181,1 milhões de reais no trimestre passado, conforme relatório financeiro divulgado nesta quarta-feira.
Em resultado ajustado, o prejuízo da MRV&Co somou 20,9 milhões de reais no trimestre encerrado em setembro.
Já no segmento de incorporação, principal negócio do grupo, o prejuízo líquido foi de 87,6 milhões de reais, frente a lucro líquido de 60,7 milhões de reais na mesma etapa em 2022.
Segundo o diretor-executivo de Finanças da MRV&Co, Ricardo Paixão, o resultado líquido da incorporação, que contempla as marcas MRV (BVMF:MRVE3) e Sensia, foi impactado pela perda com venda de terreno do Paraná, marcação a mercado de dívidas e queda nas ações.
Com ajuste, que desconsidera o impacto de tais efeitos não operacionais e não recorrentes de equity swap e marcação a mercado dos swaps de IPCA/CDI, houve lucro de 22,2 milhões de reais.
A receita operacional liquida da incorporação chegou a 1,93 bilhão de reais, contra 1,64 bilhão no mesmo período do ano passado. A margem bruta, por sua vez, ficou em 23,4%, contra 18,9% na mesma base de comparação.
O consumo de caixa do segmento chegou a 131,4 milhões de reais no período, abaixo da queima de 142,2 milhões de reais no mesmo período do ano passado, mas acima do consumo de 79,8 milhões apurado no trimestre anterior.
No acumulado do ano até setembro, a queima de caixa foi 40,8% menor que nos primeiros nove meses de 2022.
"Nossa expectativa é de geração de caixa no quarto trimestre", disse o CFO, que acrescentou ser "pouco provável" que a geração seja no montante suficiente para chegar ao "break even".
"A gente conseguiu reduzir queima de caixa operacional ... mas ainda ficou um pouquinho acima do que a gente queria, queríamos estar no 'zero a zero'", disse Paixão.
A MRV&Co divulgou no mês passado vendas líquidas de 2,213 bilhões de reais na divisão de incorporação no período de julho a setembro, alta de 54,5% ano a ano, mas queda de 0,6% frente ao trimestre anterior, em prévia operacional.
(Reportagem de Patricia Vilas Boas)