Por Nerijus Adomaitis e Terje Solsvik
OLSO (Reuters) - A petroleira norueguesa Equinor planeja cortar investimentos, perfurações exploratórias e custos operacionais em cerca de 3 bilhões de dólares para enfrentar a crise gerada pelo coronavírus e o cenário de preços baixos do petróleo.
As medidas da Equinor somam-se a cortes já anunciados por outras grandes petroleiras, como Saudi Aramco (SE:2222) e Shell. Os cortes de cinco gigantes do setor, incluindo a norueguesa, somam 19 bilhões de dólares, com queda de 18% ante os investimentos inicialmente planejados por elas, de 106 bilhões de dólares.
A Equinor, que já suspendeu um programa de recompra de ações de 5 bilhões de dólares, disse que irá postergar perfurações em terra nos Estados Unidos, onde investiu bilhões nos últimos anos, como parte do plano anunciado nesta quarta-feira.
As novas medidas permitirão que as operações da companhia tenham um fluxo de caixa neutro em 2020 em caso de preços médios do petróleo de cerca de 25 dólares por barril, informou a petroleira em comunicado.
"Nós estamos agora tomando ações para fortalecer ainda mais nossa resiliência nessa situação", disse o CEO, Eldar Saetre.
A Equinor manteve seu dividendo previsto, de 0,27 dólar por ação referente ao quarto trimestre de 2019, mas um porta-voz disse que o conselho ainda tem que decidir sobre a distribuição de proventos para os próximos trimestres.
Após a queda dos preços do petróleo vista entre 2014 e 2016, a Equinor ofereceu a acionistas uma opção de receber os dividendos por meio de novas ações emitidas pela companhia com desconto, ao invés de em dinheiro, em iniciativa encerrada em 2017.
Segundo a Equinor, os investimentos para 2020 serão cortados para cerca de 8,5 bilhões de dólares, de uma meta de 10 bilhões a 11 bilhões de dólares no mês passado.