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O Credit Suisse corre o risco de quebrar? Entenda o que está em jogo

Publicado 04.10.2022, 12:48
Atualizado 04.10.2022, 15:25
© Reuters.
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Por Vlad Schepkov

Se você acompanhou os mercados nas últimas semanas, mesmo que superficialmente, com certeza ouviu falar do imbróglio envolvendo o Credit Suisse (SIX:CSGN) (BVMF:C1SU34) (NYSE:CS).

O segundo maior banco da Suíça e uma das mais importantes instituições financeiras do mundo está recendo ampla cobertura negativa da imprensa, com comentários variando desde leves preocupações com a liquidez da empresa até temores de uma inevitável bancarrota e possível crise financeira subsequente, ao estilo de Lehman Brothers e Bear Stearns.

Seja como for, a história está tirando o sono de muitos investidores. Por isso, apresentamos abaixo tudo o que você precisa saber sobre o mais recente ponto de preocupação do mercado.

Uma sequência de percalços

Graças à famosa lei de “sigilo bancário”, a Suíça, um pequeno país de 8,7 milhões de habitantes, tornou-se uma potência mundial no setor de serviços bancários: ela é sede de gigantes como UBS, Credit Suisse, Swiss National, Raiffeisen, além de inúmeras outras instituições menores.

Ao mesmo tempo, essa mesma lei de sigilo já suscitou inevitáveis preocupações éticas e especulações de negligência, exatamente os problemas que estão sendo imputados ao Credit Suisse ultimamente.

Ao longo dos seus 160 anos de história, o banco já foi alvo de diversas acusações de práticas antiéticas, manipulações e lavagem de dinheiro. E, na última década, notabilizou-se por grandes percalços.

Alguns erros foram mais difíceis de recuperar, como a baixa contábil de US$ 2,65 bilhões, em 2007, por marcações errôneas de negociações, uma multa de US$ 2,6 bilhões por fraude tributária nos EUA, em 2014, além de uma série de renúncias da alta gerência em 2020-2022, com destaque para as duas últimas no alto escalão.

Em março de 2021, a Greensill Capital, uma empresa de financiamento de cadeias de suprimentos, quebrou e gerou um custo de mais de US$ 3 bilhões para o Credit Suisse em recursos de clientes.

Para piorar ainda mais a situação, apenas um mês depois, o banco encontrava-se novamente no epicentro do famigerado escândalo da Archegos Capital Management.

O family office de Bill  Hwang, ex-operador da Tiger Asia Management, estava superalavancado em US$ 10 bilhões e recebeu uma enorme chamada de margem quando suas maiores apostas na ViacomCBS (NASDAQ:PARA) e Discovery (NASDAQ:WBD) acabaram dando errado. Quando a poeira baixou, o Credit Suisse havia perdido mais US$ 5,5 bilhões.

Esforços de reestruturação, preocupações com escassez de capital

No fim, as perdas do Credit Suisse superaram US$ 4 bilhões somente nos últimos três trimestres, o equivalente ao que o banco ganhou nos últimos três anos!

Com isso, em julho de 2022, a instituição decidiu incorporar um especialista em reestruturação, Ulrich Koerner, que assumiu o cargo de CEO e lançou uma segunda revisão estratégica no período de um ano.

O novo CEO prometeu “reformular o Credit Suisse para um futuro sustentável no longo prazo, com um grande potencial para criar valor”, ressaltando que estava confiante de que tinha o necessário para ter sucesso.

Os analistas, entretanto, não ficaram totalmente convencidos. Apesar dos esforços, alguns esperam que o banco registre um déficit patrimonial da ordem de US$ 4 a 6 bilhões, dependendo da sua eficiência em reduzir custos e vender ativos.

Essas perspectivas nebulosas ensejaram o mais assustador de todos os questionamentos.

O Credit Suisse pode quebrar?

As opiniões variam bastante.

Alguns afirmam que o banco conseguirá enfrentar bem essa crise, enquanto outros veem a necessidade de uma grande intervenção estatal ou aumento de capital. Geralmente se menciona o número de US$ 5 bilhões, ecoando o ponto intermediário da faixa de déficit patrimonial previsto.

Porém, os mais pessimistas alegam que a quebra é inevitável, o que poderia facilmente provocar o colapso dos mercados financeiros em todo o mundo, como aconteceu com o Lehman Brothers e o Bear Stearns em 2007-2008.

A resposta está bem perto de ser fornecida. Em um momento considerado decisivo para o Credit Suisse, o banco apresentará um novo plano estratégico em 27 de outubro e fará uma abrangente atualização sobre a eficiência dos seus esforços de corte de custos e venda de ativos.

Um importante indicador, o mercado, não mostra entusiasmo. As ações do CS acumulam uma queda de quase 60% no ano, sendo que 15% dessa desvalorização ocorreu apenas no mês passado.

No cenário mais amplo, as coisas também não são nada boas. Com um valor de mercado de cerca de US$ 10 bilhões, um décimo do que valia em 2006-2007, o banco não parece ser mais que uma sombra do que já foi.

Outro indicador da pouca confiança dos investidores são os swaps de crédito (CDS), instrumentos usados para se proteger contra uma exposição ao endividamento da instituição.

Para o CS, o valor dos contratos estava em 250 pontos-base na segunda-feira, um drástico aumento em relação aos 57 pb do início do ano passado e muito maior do que o de qualquer outra instituição bancária de grande porte.

A crise de 2007-2008 pode se repetir?

Mas a maior questão de todas é se uma possível quebra do Credit Suisse poderia levar todo mundo junto.

Como qualquer outro evento do tipo “cisne negro”, é impossível dizer isso ao certo.

Os otimistas afirmam que os problemas do Credit Suisse estão restritos ao próprio banco, ao passo que os problemas apresentados pelo Lehman Brothers e Bear Stearns tinham uma natureza mais sistêmica e também existiam em outros grandes bancos dos EUA.

Os céticos e pessimistas também apontam para o fato de que outro gigante bancário da Europa, o Deutsche Bank (ETR:DBKGn), está enfrentando problemas e alertam que a quebra de um pode desencadear a bancarrota do outro, provocando um grande efeito dominó ao redor do mundo.

Uma coisa é certa: diante de uma guerra na Europa, da inflação mundial recorde e de uma iminente recessão econômica, a quebra de um grande banco é a última coisa que os investidores desejariam ver neste momento.

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