ROMA/MILÃO (Reuters) - As ações da Telecom Italia recuavam mais de 6% nesta quarta-feira com decepção de investidores sobre o valor atribuído por novas ofertas à unidade de rede fixa e cabos submarinos Sparkle.
Analistas manifestaram preocupação de que as propostas ficaram bem abaixo do que a principal acionista do grupo, Vivendi (EPA:VIV), estava pretendendo para a unidade e que uma solução rápida para reestruturar a companhia é improvável.
A Telecom Italia informou no final da terça-feira que recebeu ofertas não vinculantes da KKR e do banco Cassa Depositi e Prestiti (CDP), que está trabalhando com a Macquarie.
A Telecom Italia não deu mais detalhes, acrescentando que seu conselho de administração vai avaliar as ofertas em 4 de maio.
Segundo duas fontes próximas do assunto, CDP e Macquarie ofereceram 19,3 bilhões de euros pelos ativos. A proposta da KKR soma 21 bilhões de euros, mas 2 bilhões são condicionados ao cumprimento de certas metas, comentou outra fonte.
Ambas as propostas são cerca de 1 bilhão de euros mais altas que as ofertas iniciais feitas por ambos os grupos.
O Intesa Sanpaolo (BIT:ISP) citou que as propostas continuam longe dos 31 bilhões de euros pretendidos pela Vivendi, que detém 24% da Telecom Italia, sendo sua principal acionista.
"Esperamos outro período de interlocução e a situação ainda muito fluida em termos de valuation do ativo, implicações antitruste e questões governamentais", afirmou o Intesa Sanpaolo.
A Telecom Italia quer vender seu maior ativo em uma estratégia de reestruturação encabeçada pelo presidente-executivo, Pietro Labriola, que já comandou a divisão brasileira do grupo TIM (BVMF:TIMS3). A Telecom Italia tem nota de crédito "junk" e enfrenta uma contínua queda de receita em seu mercado doméstico.
O Banca Akros afirmou em relatório que as melhoras nas ofertas foram limitadas e que a "possibilidade de uma venda simples não é mais tão alta e outras opções podem surgir".
(Por Elisa Anzolin, Alessandro Parodi e Giancarlo Navach)