Investing.com — Um padrão técnico altista está se formando no S&P 500, o que pode levar o índice a subir forte e superar a marca de 6000 pontos, conforme indica a última análise técnica do Bank of America (NYSE:BAC).
Segundo o BofA, desde meados de julho, vem se desenhando um padrão técnico conhecido como “cup and handle” ("xícara e alça"), que indica uma participação ampla no mercado em níveis técnicos importantes. Esse padrão é geralmente visto como um sinal de que os preços das ações podem romper para cima.
O banco destaca que a zona de resistência-chave está entre 5650 e 5670 pontos. Se o preço romper com força essa faixa, que corresponde aos picos de julho e agosto, isso confirmaria o padrão de xícara e alça.
Um rompimento acima dessa resistência "abriria caminho para altas até 5930 (projeção técnica) e 6180 (alvo do padrão)", conforme análise do BofA.
SAIBA MAIS: Como analisar uma ação: uma guia simples
Essa visão otimista é reforçada por indicadores de ampla participação no mercado. O BofA aponta que vários setores estão avançando, com as linhas de avanço-declínio (A-D) do S&P 500 e do Nasdaq 100 atingindo novas máximas, o que indica "um sinal antecipado de novas máximas nos principais índices de ações dos EUA".
"Linhas A-D fortes indicam uma amplitude de mercado sólida, sugerindo uma rotação de setores em vez de um topo iminente no mercado. Isso também indica que a fraqueza é 'sazonal', não 'estrutural'", afirma o banco.
No entanto, a análise alerta para riscos sazonais no fim de setembro. Historicamente, esse período tem sido um dos mais fracos para o SPX, com retornos negativos em 60% das vezes nos últimos 10 dias de negociação do mês.
Setembro, em anos de eleição presidencial, também costuma ser um mês difícil para o S&P 500. Nos primeiros 10 dias de negociação, o índice historicamente cai 54% das vezes, com perdas médias de -0,42% e medianas de -0,38%.
Embora os últimos 10 dias de setembro tendam a ser menos fracos nesses anos, o SPX ainda registra queda em 54% das vezes, com uma perda mediana de -0,05%.
O índice de referência subiu 0,13% na segunda-feira, enquanto o Nasdaq 100 caiu cerca de 0,5%, pressionado pelas quedas nas ações de tecnologia.
S&P 500 enfrentará dificuldades para atingir novas máximas, diz Wells Fargo (NYSE:WFC)
Já os analistas do Wells Fargo afirmaram em nota nesta terça-feira que o S&P 500 pode encontrar dificuldades para atingir novas máximas nos próximos meses, devido principalmente a padrões sazonais e à aproximação das eleições nos EUA.
“Nossa visão é que, nos próximos meses, é provável que haja surtos de volatilidade, enquanto as ações devem oscilar lateralmente e enfrentar dificuldades para alcançar novas máximas”, afirmou o Wells Fargo.
O banco destacou que “nos últimos sete anos, o índice S&P 500 registrou um pico no fim do verão, seguido por uma correção de 5% a 20%”, indicando a possibilidade de declínios similares em 2024.
Eles atribuem essa tendência a preocupações econômicas persistentes, riscos geopolíticos e uma queda na confiança quanto ao impacto imediato da inteligência artificial nos mercados.
Além disso, a eleição que se aproxima adiciona uma camada extra de incerteza.
VEJA TAMBÉM: Preço Justo de uma Ação: Como Calcular
O Wells Fargo observou que “a volatilidade normalmente aumenta à medida que as eleições se aproximam”, e a disputa acirrada deste ciclo pode intensificar a instabilidade do mercado.
Apesar da visão cautelosa, o Wells Fargo afirmou que “a volatilidade gera oportunidades, e sugerimos estar preparados”.
"Sugerimos ter uma lista de compras pronta caso os mercados se aproximem das mínimas recentes", acrescenta o banco. "Somos favoráveis às 'large caps' [ações de grande capitalização] dos EUA, bem como aos setores de Serviços de Comunicação, Energia, Finanças, Industriais e Materiais no S&P 500."
Além disso, o banco elevou recentemente a recomendação para "small caps" (ações de pequena capitalização) dos EUA para neutra, sugerindo que esse segmento pode ser uma adição interessante para carteiras subalocadas.
Por outro lado, se os mercados se aproximarem das máximas recentes, o Wells Fargo recomenda reduzir a exposição a setores de desempenho inferior, como Consumo Discricionário, Bens de Consumo, Imobiliário e Utilidades, além de Ações de Mercados Emergentes.
Olhando para o futuro, o Wells Fargo está otimista em relação a 2025, esperando que a economia passe de uma desaceleração para um crescimento sustentável após as eleições, o que levaria a uma recuperação dos lucros e a um rali das ações. Eles resumem sua visão com o conselho: "Fique de olho em 2025."