Perspectiva de gestão Trump menos agressiva na parte de tarifas anima Ibovespa

Publicado 06.01.2025, 08:29
Atualizado 06.01.2025, 11:40
© Reuters.  Perspectiva de gestão Trump menos agressiva na parte de tarifas anima Ibovespa

Perspectivas de uma gestão Trump menos agressiva no que diz respeito a eventuais imposições de tarifas estimulam alta do Ibovespa no início do pregão desta segunda-feira. O principal indicador da B3 (BVMF:B3SA3) mira os 120 mil pontos, depois de ter cedido para a faixa dos 118 mil pontos na sexta-feira.

"Houve uma depreciação forte aqui, com alguns ativos muito amassados, caso de alguns bancos. O nível em que estavam não fazia sentido", pontua Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

Nessa manhã, os índices futuros em Nova York sobem estimulados principalmente pela volta da euforia do avanço da inteligência artificial, após a Microsoft (NASDAQ:MSFT) anunciar investimento de cerca de US$ 80 bilhões em data centers. Os investidores ainda repercutem relatos de que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, poderá adotar uma postura menos agressiva na imposição de tarifas a importações.

Apesar do retorno ao campo de alta dos rendimentos dos Treasuries, o dólar cai ante o real, assim como os juros futuros, o que beneficia alguns papéis mais sensíveis ao ciclo econômico na bolsa brasileira, apesar da piora nas projeções no boletim Focus divulgado hoje pelo Banco Central.

"Continua sendo a mesma dinâmica das ultimas semanas. Vemos um equilíbrio em níveis ruins das projeções no Focus, com a inflação estimada acima do teto da meta, a projeção de câmbio se consolidando mais perto de R$ 6,00 e a expectativa de Selic atingindo 15% final do ciclo de alta", diz Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.

Depois de fechar a sexta-feira na pior marca desde novembro do ano passado, a primeira semana completa de 2025 tem pela frente uma série de divulgações e eventos com força para mexer com os mercados. Naquela ocasião o Índice Bovespa encerrou em baixa de 1,33%, aos 118.532,68 pontos.

Às 11 horas desta segunda-feira, o Ibovespa subia 1,12%, aos 119.857,50 pontos, após alta de 1,29%, com máxima em 120.058,64 pontos, ante abertura em 118.533,98 pontos, com variação zero, acompanhando as bolsas internacionais.

Para o economista sênior da Tendências, relatos de que Trump planeja implementar uma política comercial menos restritiva do que havia proposto durante a campanha ainda não é conclusiva, mas alivia os mercados pois é um assunto que tem gerado muitas dúvidas. "Se essa agenda não for ampla no sentido de impor tarifas, de ser protecionista, ajudaria a minimizar a percepção de uma guerra comercial, de percepção de uma inflação mais elevada que tem limitado a margem de corte de juros pelo Fed", acrescenta Silvio Campos Neto, da Tendências.

"Ainda está tudo muito nebuloso. Não temos nada estrutural. Temos de esperar para ver qual será a política adotada por Trump", reforça, Mota, da Manchester Investimentos.

Em relação à agenda da semana, no Brasil, destaque à divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024, na sexta-feira, em meio à nova piora nas projeções de inflação e Selic no boletim Focus de hoje e às constantes incertezas fiscais. Aliás, fica no radar ainda o retorno antecipado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, das férias nesta segunda-feira, que se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva hoje.

A agenda internacional, por sua vez, tem como destaque os números de emprego americano, especialmente o payroll, discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e a ata do banco central americano nos próximos dias. Os investidores avaliarão as divulgações com afinco, em busca de sinais que ajustem as apostas quanto ao corte de juros nos Estados Unidos.

Apesar do recuo de 2,21% do minério de ferro em Dalian, Vale (BVMF:VALE3) avança 0,39% nesta manhã. Já o petróleo sobe cerca de 0,40%, com as ações da Petrobras (BVMF:PETR4) abandonando a alta vista mais cedo, com recuos de 0,27% (PN) e de 0,77% (ON). Entre os bancos, Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4) PN tinha maior elevação, de 2,58%.

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