Peru planeja venda de títulos para financiar déficit fiscal, diz ministro

Publicado 29.01.2025, 08:39
Atualizado 29.01.2025, 08:40
© Reuters. Ministro da Economia do Peru, José Aristan28/01/2025. REUTERS/Alessandro Cinque

Por Marco Aquino

LIMA (Reuters) - O Peru, um dos maiores exportadores de cobre do mundo, planeja emitir até três títulos soberanos este ano para financiar seu déficit fiscal após o crescimento econômico ter ficado acima das previsões no ano passado, disse o ministro da Economia, José Arista, à Reuters.

O Peru é um dos países economicamente mais estáveis da América do Sul, apesar das constantes turbulências políticas, mas um déficit que aumentou para 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado - o maior desde 1992, excluindo os anos de pandemia - ameaça sua recomendação de crédito e pode elevar os custos de financiamento.

"Planejamos fazer isso em duas ou três intervenções no mercado externo", disse Arista à Reuters em uma entrevista na noite de terça-feira, acrescentando que o governo vai esperar que a turbulência política internacional acalme primeiro.

"Obviamente, os gastos fiscais não podem ser cortados repentinamente este ano, tem que ser um corte progressivo", disse ele. A projeção oficial é de um déficit de 2,2% em 2025.

Arista disse que a economia do Peru, que vem se recuperando desde uma recessão em 2023, provavelmente cresceu 3,3% no ano passado, um pouco acima das previsões de 3,2%, com uma expansão de 5% em dezembro. Os números oficiais de crescimento para 2024 ainda não foram publicados.

"O Peru deve, pode e precisa crescer muito mais", disse ele, fazendo uma projeção "conservadora" de crescimento acima de 3% em 2025. "Para resolver rapidamente todos os nossos problemas sociais e proporcionar bem-estar à população, precisamos crescer a taxas acima de 5%."

O ministro, que se reuniu com empresas de mineração, incluindo Glencore (LON:GLEN), Anglo American (JO:AGLJ) e Newmont, em Davos na semana passada, disse que o setor foi impulsionado pela estabilidade econômica do Peru, mas que há preocupações sobre o excesso de regulamentação.

Ele disse que a Newmont havia se comprometido a obter o apoio da comunidade local para seu projeto de cobre e ouro Yanacocha Sulfuros, no valor de 2 bilhões de dólares, no norte do Peru.

"Eles se comprometeram a construir uma represa para a cidade de Cajamarca. Eles estão cientes de que não podem entrar na mineração sem antes resolver o problema da água", disse ele.

A Newmont, que opera a maior mina de ouro do Peru, informou em meados de 2023 que havia adiado por "pelo menos dois anos" sua decisão sobre a Yanacocha Sulfuros.

Arista disse que o Peru precisa aproveitar seu forte momento de crescimento atual para impulsionar o investimento em novas minas, fundamental para manter a posição global do Peru no mercado de cobre com rivais em ascensão, como a República Democrática do Congo.

"O Peru entrou em um ciclo de crescimento sustentado", disse Arista. "Temos que tirar proveito dessa situação. Temos que abrir mais minas, mais minas de cobre."

(Reportagem de Marco Aquino)

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