A Petrobras (BVMF:PETR4) afirmou em seu Plano Estratégico 2024-2028, anunciado nesta 5ª feira (23.nov.2023), que pretende ampliar sua atuação no setor petroquímico. A estatal, que é sócia na Braskem (BVMF:BRKM5), disse que estão em estudo investimentos no segmento, considerando tanto projetos nos seus atuais ativos como aquisições. Eis a íntegra do fato relevante (PDF – 701 kB).
A estatal não detalhou um valor específico para uma eventual aquisição no setor. No entanto, o plano menciona o valor de US$ 11 bilhões em investimentos para projetos e negócios ainda em fase de avaliação e dependem de mais estudos para tomada de decisão e execução.
Trata-se de uma sinalização significativa. O controle acionário da Braskem está à venda pela Novonor (ex-Odebrecht), mas a Petrobras, como acionista no negócio, tem direito de preferência na transação. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem mostrado interesse que a estatal amplie sua presença no negócio.
Até o momento, 3 empresas apresentaram propostas de compra do controle da petroquímica: Adnoc, Unipar (BVMF:UNIP3) e J&F. A Novonor, em recuperação judicial, corre para vender sua fatia na Braskem para quitar dívidas de R$ 15 bilhões com 5 bancos credores.
A da Adnoc, estatal de petróleo de Abu Dhabi, se destaca. A petroleira já tinha feito uma oferta pela Braskem, em conjunto com o fundo private equity Apollo, sediado nos Estados Unidos. Os norte-americanos, no entanto, deixaram a negociação.
Enquanto isso, avançaram as conversas da Adnoc com a Novonor e com a Petrobras, que tem visto os árabes como parceiros interessantes para o negócio.
De certa forma, a Petrobras precisa dar seu aval para a venda. Caso contrário, pode exercer direito de preferência ou até deixar a sociedade, o que é improvável. A expectativa é que as tratativas sejam concluídas até fevereiro de 2024.