SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) iniciou na segunda-feira com atraso de alguns meses a produção de petróleo e gás natural no campo de Lapa, o terceiro a entrar em operação no pré-sal da Bacia de Santos, depois de Lula e Sapinhoá, informou a estatal em um comunicado nesta terça-feira.
A petroleira e parceiros do consórcio BM-S-9 começaram as operações com o navio-plataforma FPSO Cidade de Caraguatatuba, que tem capacidade para processar diariamente 100 mil barris de petróleo e comprimir 5 milhões de metros cúbicos de gás natural, segundo o documento.
A unidade tinha previsão para entrar em operação no terceiro trimestre. Questionada sobre o atraso, a Petrobras não respondeu imediatamente.
Em uma entrevista em outubro, a diretora de licenciamento do órgão ambiental federal (Ibama), Rose Mirian Hofmann, explicou que havia pendências para o licenciamento, como condicionantes previstas na licença prévia do projeto, que poderiam não estar sendo cumpridas como deveriam.
A função do Ibama neste caso, explicou ela, era dimensionar as implicações. O principal programa descumprido, segundo a diretora informou na ocasião, era o monitoramento acústico, que poderia causar sons danosos à vida marinha.
A nova plataforma poderia contribuir para a empresa se aproximar de sua meta de produção no ano.
A Petrobras produziu no acumulado do ano até novembro 2,129 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) em média no Brasil, número praticamente estável ante a média de 2015 e pouco abaixo do objetivo traçado para o ano, de 2,145 milhões de bpd.
O campo de Lapa está localizado na concessão BM-S-9 operada pela Petrobras (45 por cento de participação), em parceria com a BG Brasil, subsidiária da Shell (30 por cento), e com a Repsol (MC:REP) Sinopec (25 por cento).
(Por Gabriela Mello e Marta Nogueira)