Investing.com – A proibição de exportação de combustível da Rússia em tentativa de estabilizar o mercado local, o que acende cautela para novos impactos na inflação, deve afetar Petrobras (BVMF:PETR4) e distribuidoras, no entendimento de analistas.
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, banco BTG (BVMF:BPAC11) alerta sobre possível menor disponibilidade global de produtos refinados nos próximos meses. “Embora não esteja claro quanto tempo durará a proibição, esperamos um aumento do ruído em relação à necessidade da Petrobras ajustar os preços locais, e acreditamos que os operadores históricos de distribuição (Vibra Energia (BVMF:VBBR3), Raízen (BVMF:RAIZ4) e Ipiranga da Ultrapar (BVMF:UGPA3)) podem se beneficiar de uma abordagem com ambiente competitivo mais benigno. O BTG continua a enxergar a Petrobras como melhor escolha de petróleo e gás, mesmo assim.
A XP Investimentos (BVMF:XPBR31) avalia que se a proibição continuar e os volumes de diesel da Rússia para o Brasil forem interrompidos ou diminuírem de forma significativa, “esta será uma notícia marginalmente negativa para a Petrobras e positiva para as três grandes empresas distribuidoras cotadas”. A XP lembra que a Rússia se tornou o principal fornecedor das importações brasileiras de diesel, ajudando a Petrobras a baixar a banda da sua faixa da nova política de preços. Assim, se a proibição continuar, o movimento será inverso, mas ainda falta clareza sobre os objetivos do governo russo, afirmam os analistas André Vidal e Helena Kelm.
De acordo com a Scot Consultoria, os preços dos combustíveis estão abaixo dos preços no mercado internacional e, dessa forma, mais ajustes devem ser realizados pela Petrobras, com altas no curto e médio prazo. “Além disso, o dólar operando mais próximo de R$5,00 colabora com o aumento de preços”.
A consultoria lembra que, em 15 de agosto, três meses após anunciar a mudança da política de preços, a Petrobras alterou o preço médio de venda do diesel para as distribuidoras, que passou de R$3,02/l para R$3,80/l, alta de 25,8%. No entanto, conforme da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (ABICOM), os preços do diesel no mercado interno ainda estariam com defasagem em torno de 13,0% frente aos níveis globais.
Às 13h06 (de Brasília), as ações preferenciais da Petrobras subiam 1,07%, a R$34,12.
O Petróleo WTI Futuro, referência nos Estados Unidos, subia 0,33%, a US$89,93, e o Petróleo Brent Futuro registrava acréscimo de 0,05% a US$93,35.