Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - Agosto começa com expectativa de volatilidade no mercado acionário brasileiro, com desdobramentos do cenário eleitoral centralizando o foco das atenções, embora a temporada de balanços de companhias brasileiras e eventos externos, particularmente a disputa comercial EUA-China, sigam no radar, de acordo com estratégias de ações compiladas pela Reuters.
"O foco está voltado para as eleições e, apesar da melhora na visibilidade vista ao longo de julho, agosto ainda deve ser um mês de incerteza", afirmou a equipe de análise e estratégia da XP Investimento, liderada por Karel Luketic, que se diz "cautelosamente otimista" e prevê que a volatilidade vai continuar.
No mês passado, o Ibovespa acumulou alta de 8,75 por cento, apoiado, entre outros fatores, no noticiário eleitoral, notadamente o apoio do chamado blocão - formado por PP, DEM, PR, PRB e SD - ao pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, uma vez que, para muitos no mercado, o tucano é o que mais se aproxima do discurso de continuidade das reformas no país.
Os estrategistas do BTG Pactual (SA:BPAC11) Carlos Sequeira e Bernardo Teixeira avaliam que, mesmo após o recente rali, há chance de o Ibovespa continuar subindo. "Embora seja provavelmente cedo demais para fazer um 'call' da eleição e apesar dos riscos relevantes, o cenário eleitoral parece, especialmente após os eventos de julho, mais benigno na margem", afirmaram.
O começo de agosto traz as últimas convenções partidárias que definirão os candidatos e seus respectivos vices para a corrida presidencial, com a campanha eleitoral começando em meados do mês e a propaganda política na TV e no rádio tendo início no dia do 31.
"A melhora na visibilidade do cenário eleitoral será um ponto-chave a partir de agosto", destacou a BB Investimentos, em relatório distribuído a clientes, acrescentando que o cenário ainda exigirá cautela nos próximos 30 dias e avaliando que, além da política e dos balanços, a volatilidade externa também deve dar o tom nos negócios, podendo trazer surpresas.
Para a equipe da BB, a continuidade de um movimento altista de longo prazo dependerá da manutenção da recuperação econômica global e do abrandamento das disputas tarifárias entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais.
Veja abaixo cinco carteiras de ações para agosto compiladas pela Reuters:
BB Investimentos
BRMalls (SA:BRML3)
B2W (SA:BTOW3)
Itaú Unibanco PN (SA:ITUB4)
Lojas Renner (SA:LREN3)
MRV (SA:MRVE3)
Grupo Pão de Açúcar PN (SA:PCAR4)
Suzano (SA:SUZB3)
Taesa (SA:TAEE11)
Tupy (SA:TUPY3)
Vale (SA:VALE3)
BTG Pactual
Itaú Unibanco PN
B3 (SA:B3SA3)
TIM (SA:TIMP3)
Rumo (SA:RAIL3)
IRB (SA:IRBR3)
Localiza (SA:RENT3)
Cosan (SA:CSAN3)
Taesa (SA:TAEE11)
MRV
Oi (SA:OIBR4)
Terra Investimentos
Petrobras PN (SA:PETR4)
Sabesp (SA:SBSP3)
Cemig (SA:CMIG4) PN
Valid (SA:VLID3)
Natura (SA:NATU3)
Banco do Brasil (SA:BBAS3)
Cosan
XP Investimentos
B3
B2W
Banco do Brasil
BRF (SA:BRFS3)
Equatorial (SA:EQTL3)
Fibria (SA:FIBR3)
Gerdau (SA:GGBR4) PN
Localiza
Petrobras PN
Vale
Lerosa Investimentos
Ambev (SA:ABEV3)
Banco do Brasil
BB Seguridade (SA:BBSE3)
Hypera (SA:HYPE3)
IRB
Lojas Renner
Multiplan (SA:MULT3)
GPA (SA:PCAR4)
Localiza
Vale