Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - Estrategistas de ações recomendam cautela na bolsa brasileira em outubro dado o panorama ainda bastante incerto sobre o resultado da disputa presidencial no país, enquanto o cenário externo pode adicionar volatilidade em meio à continuidade de tensões comerciais envolvendo os Estados Unidos.
"A atenção do mercado está completamente voltada para o cenário eleitoral no Brasil, com uma indefinição ainda grande e um resultado potencialmente binário para a bolsa", afirmou a XP Investimentos, em nota a clientes.
"...aumentamos as proteções para o mês de outubro a fim de evitar volatilidade excessiva por conta do cenário eleitoral", destacou a equipe da XP.
O tom mais conservador vem particularmente após o Ibovespa, índice de referência de ações da B3, subir 3,5 por cento em setembro e acumular no terceiro trimestre elevação de 9 por cento.
"Nós acreditamos que as chances de um resultado negativo para as eleições presidenciais deste mês aumentaram nos últimos 30 dias, e não achamos que o mercado esteja avaliando isso adequadamente", endossou o BTG Pactual (SA:BPAC11), que também optou por um portfólio mais defensivo em outubro.
As últimas pesquisas eleitorais têm mostrado os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) liderando com certa folga a corrida eleitoral, mas os cenários de segundo turno envolvendo os dois permanece nebuloso. O primeiro turno da eleição ocorre no dia 7 de outubro. O segundo, no dia 28.
A Lerosa Investimentos, que também vê volatilidade à frente em razão da corrida eleitoral, destaca ainda a reunião de política monetária do Banco Central no final do mês, após a definição do novo presidente, "com possibilidade em aberto de mudança na taxa Selic evidenciada tanto no comunicado quanto na ata".
No exterior, as questões comercias envolvendo os EUA, particularmente o embate com a China, devem continuar afetando o humor dos investidores, principalmente pelo potencial efeito sobre o crescimento da economia mundial.
A equipe da BB Investimentos ressalta que o volume de capital estrangeiro para a bolsa continua firme, acompanhando o movimento global de retorno aos mercados emergentes, o que deve continuar influenciando o pregão, apesar das incertezas eleitorais.
Dados mais recentes da B3 mostram entrada líquida de capital externo de quase 3 bilhões de reais em setembro até o dia 27
Veja abaixo cinco carteiras de ações para outubro compiladas pela Reuters:
BB Investimentos
BRMalls
B2W (SA:BTOW3)
Itaú Unibanco (SA:ITUB4) PN
Lojas Renner (SA:LREN3)
Gerdau (SA:GGBR4) PN
Magazine Luiza (SA:MGLU3)
IRB (SA:IRBR3)
Taesa (SA:TAEE11)
Smiles (SA:SMLS3)
Vale (SA:VALE3)
BTG Pactual
Suzano (SA:SUZB3)
B3
TIM
Gerdau PN
Rumo (SA:RAIL3)
Lojas Renner
IRB
Equatorial (SA:EQTL3)
MRV (SA:MRVE3)
Oi (SA:OIBR4)
Terra Investimentos
Petrobras PN (SA:PETR4)
Cemig (SA:CMIG4) PN
Cosan (SA:CSAN3)
Valid (SA:VLID3)
Itaú Unibanco PN
Localiza (SA:RENT3)
Gerdau PN
XP Investimentos
Banco do Brasil (SA:BBAS3)
Engie
B2W
Petrobras PN
Suzano
Equatorial
Gerdau PN
Localiza
BRF (SA:BRFS3)
Vale
Lerosa Investimentos
Ambev (SA:ABEV3)
BB Seguridade (SA:BBSE3)
CVC Brasil (SA:CVCB3)
Hypera (SA:HYPE3)
IRB
MRV
Grupo Pão de Açúcar (SA:PCAR4) PN
Localiza
Vale
WEG (SA:WEGE3)