Por Sergio Goncalves
LISBOA (Reuters) - A Caixa Geral de Depósitos (CGD), maior banco de Portugal, está relançando o processo de venda da sua unidade brasileira como parte da sua estratégia para racionalizar a sua presença internacional, disse o membro do conselho de administração Francisco Cary à Reuters nesta segunda-feira.
O Banco Caixa Geral-Brasil, que atende principalmente clientes institucionais, detinha ativos no valor de 1,35 bilhão de reais no final do ano passado.
"O BCG Brasil continuou a reconfigurar e racionalizar a sua estrutura e operações em 2020, e tornou-se evidente que este é o momento oportuno para testar novamente o mercado, com o objetivo de completar a sua venda", disse Cary em nota enviada por e-mail à Reuters.
Esta será a segunda tentativa da CGD para vender a sua unidade brasileira depois de ter rejeitado três ofertas vinculantes que recebeu no final de 2019, por considerar que elas não refletiam o valor real do banco.
A CGD recebeu na semana passada a luz verde do governo português para a venda de toda ou parte da unidade.
Em 2019, a unidade recebeu propostas da Artesia Gestão de Recursos, do Banco ABC Brasil (SA:ABCB4), que é controlado pela Arab Banking Corporation do Bahrain, e do Banco Luso Brasileiro, que é parcialmente detido pelo Grupo Amorim, de Portugal. Quando a Comissão Europeia autorizou a recapitalização de 4 bilhões de euros da CGD em 2017, alegando que não envolvia qualquer novo auxílio estatal, ficou acordado que o banco iria cortar os seus ativos externos pela metade até 2020. Desde então, a CGD encerrou várias sucursais no exterior e fechou as suas subsidiárias na África do Sul e Espanha.