O presidente da Petrobras (BVMF:PETR4), Jean Paul Prates, disse nesta sexta-feira, 10, que a empresa já colocou quatro navios-plataforma (FPSO) novos em produção esse ano e vai inaugurar uma quinta unidade até o fim deste ano. Ele destacou os recordes de produção que vêm na esteira dessas novas operações e ajudaram no resultado financeiro do terceiro trimestre.
"Já colocamos quatro novas plataformas em produção, e prevemos mais uma até o fim do ano, o FPSO Sepetiba, no campo de Mero (na Bacia de Santos)", disse Prates em vídeo transmitido no início da apresentação dos resultados do período.
Segundo Prates, juntas, as cinco unidades agregam 630 mil barris por dia à capacidade de produção da empresa.
Parte desse incremento ajudou no recorde trimestral de produção operada de óleo e gás (4 milhões boed, 8% acima do segundo trimestre). "Nosso resultado comprova a produtividade do pré-sal", reiterou Prates.
Segundo o presidente da Petrobras, a geração operacional foi influenciada pela valorização do Brent (na comparação com o segundo trimestre, cerca de 11%); maiores exportações de petróleo e maiores vendas de derivados no mercado interno. Sobre o último ponto, ele destacou o aumento do fator de utilização das refinarias, que ficou em 96% na média de julho a setembro, e o recorde de produção de diesel S10, produto com bom valor agregado no mix de refinados.
Braskem (BVMF:BRKM5) e setor petroquímico
O diretor Financeiro e de Relações com o Mercado da Petrobras, Sérgio Caetano Leite, disse que a estatal enxerga muito valor no setor petroquímico, por isso o Conselho de Administração aprovou este ano a integração da petroquímica na cadeia de negócios da empresa e há um direcionador estratégico para crescer em petroquímica. Ele disse ainda que a Braskem não é a única saída para a estatal crescer nesse segmento.
"A Petrobras tem direito de compra e de venda (tag along) se ela achar que o preço (pela Braskem) compensa sair do negócio. O fato do Conselho ter aprovado e a Petrobras estar perseguindo esse potencial crescimento pode não ser conflitante com a venda da Braskem, ou pode reforçar a decisão de compra da Braskem", afirmou o diretor. "A Braskem não é a única saída da Petrobras para a petroquímica", completou.
Ele explicou que cabe à Novonor a decisão sobre as propostas recebidas - três até o momento (Adnoc, J&F e Unipar (BVMF:UNIP3)) -, mas que nenhuma delas ainda é firme.
"Quanto a prazo e parceiro, não consigo sequer lhe dar uma noção, porque neste momento não depende apenas da Petrobras. Esta semana assistimos uma nova proposta non binding (não vinculante). Não vimos nenhum posicionamento da Novonor ainda sobre essa proposta", disse Caetano Leite.
Sobre parceiros, ele afirmou que a preferência é por um sócio que propicie o crescimento que a Petrobras pretende promover no setor. "É importante que haja um alinhamento de visão de crescimento do novo sócio com a Petrobras. Potencial de investimento, capacidade técnica, que preserve os interesses dos credores da Braskem e o interesse da Novonor", explicou Leite.