Por Tom Westbrook
SYDNEY (Reuters) - Para os bancos globais e gestores de fundos que planejam suas estratégias de investimento na China para 2022, um fator ocupa suas mentes, mas foge aos modelos de avaliação: os próximos cinco anos do presidente Xi Jinping no cargo.
Tendo abolido os limites de mandato em 2018, o líder mais poderoso da China desde Mao Zedong está conduzindo o país de volta às suas raízes socialistas, abalando os mercados financeiros.
A repressão aos gigantes da internet, incorporadoras imobiliárias e setor educação fez com que o índice MSCI da China caísse 20% até agora em 2021, contra uma alta de 15% nas ações mundiais, enquanto o outrora popular mercado de dívida de alto rendimento chinês desmoronou.
Há um consenso crescente de que a venda é exagerada, mas com Xi quase garantindo um terceiro mandato sem precedentes no próximo ano e com a política mudando constantemente, investidores têm dito que o posicionamento para a era que está por vir é uma tarefa mais delicada do que simplesmente caçar pechinchas.
"O que você compra hoje e o que você compra no futuro será bem diferente do que você comprou no ano passado, cinco ou dez anos atrás", disse Chi Lo, estrategista sênior do BNP Paribas (PA:BNPP) Asset Management, em Hong Kong.
"O novo regime sob o governo de Xi Jinping será supervisionado de maneira mais correta, mais regulada", disse ele.
"Os modelos de operação das empresas terão que mudar... o que o governo chinês quiser desenvolver será a chave para decidir a composição do seu portfólio."
Jack Siu, diretor de investimentos do Credit Suisse (SIX:CSGN) para a Grande China, está alerta para uma possível elevação nos lucros das empresas no próximo ano, já que "provavelmente veremos alguma política fiscal favorável e uma política monetária moderada ou levemente menos rígida" antes do Congresso do Partido, que pode inaugurar outro mandato para Xi.
O Morgan Stanley (NYSE:MS) (SA:MSBR34)espera uma recuperação econômica acima do consenso, prevendo um crescimento de 5,5% em 2022, conforme a política monetária da China é flexibilizada.
"Se você é um fundo de pensão global e todas as suas fichas estão nos Estados Unidos, e você não tem nada da China, é um portfólio bastante distorcido", disse Jim McCafferty, chefe adjunto de pesquisa de ações na Ásia da Nomura, em Hong Kong.
(Por Vidya Ranganathan e Kim Coghill)