Arena do Pavini - A Itaú (SA:ITUB4) Corretora fez um levantamento da carteira de ações do BNDES, que é de responsabilidade da BNDES Participações (BNDESPar). No relatório, assinado pelos analistas Marcos Assumpção, Lucas Tambellini, Jorge Gabrich e Guilherme Reif, a corretora atualiza o portfólio do banco oficial, que deve ser vendido nos próximos anos, de acordo com a política desenhada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
O estudo analisa os setores que compõem as maiores ações do portfólio de investimentos do banco, por valor de mercado e número de participações, bem como as empresas nas quais a participação do banco é significativa como parcela do valor de mercado.
O mais recente portfólio da BNDESPar tem uma estimativa de R$ 111 bilhões em participações listadas, marcadas a preços correntes. Nela, o Itaú observa que o BNDES cortou a exposição em Petrobras (SA:PETR4) (para 13,9% no 1T19, de 15,2% no 3T18) e Vale (SA:VALE3) (para 6,1% de 7,4%).
As maiores participações são em Energia/Petróleo e no setor de Commodities/Matérias Primas, considerando o valor de mercado e Serviços Públicos (“Utilities”) e Commodities em número de participações.
A BNDESPar possui participações de mais de 10% em 11 empresas. Energia recebe a maior parte, com 48% da carteira, quase toda composta por Petrobras. Seguem as Commodities, com 21% do total de participações, nas quais se destacam Vale, Suzano (SA:SUZB3), Klabin (SA:KLBN11), CSN (SA:CSNA3) e Gerdau (SA:GGBR4).
As concessionárias de serviço público são representadas pelos segmentos de saneamento, gás natural e energia elétrica, enquanto o setor de Consumo mostra grandes participações em nomes familiares, como JBS (SA:JBSS3) e Marfrig (SA:MRFG3).
A BNDESPar possui participação de mais de 10% em 11 empresas: Marfrig (33,8%), AES Tietê (SA:TIET11) (28,3%), Tupy (SA:TUPY3) (28,2%), Copel (SA:CPLE6) (24%), JBS (21,3%), Eletrobras (SA:ELET3) (18,7%), Petrobras (13,9%), Ourofino (12,3%), Biomm SA (SA:BIOM3) (12,2%), Suzano (11,0%) e Bombril (10,6%). Em maio de 2019, a BRF (SA:BRFS3) e a Marfrig anunciaram uma fusão, que levaria a participação do BNDES na nova empresa para 5%. Essas participações teriam de ser vendidas com mais cuidado, pois poderiam desvalorizar o papel pelo volume elevado de vendas.
Participações menores provavelmente seriam mais fáceis de se desfazer. São dezoito participações, totalizando R$ 3,8 bilhões, cujo total equivaleria a menos de 10 dias de negociação (valor da participação dividido pelo valor médio diário negociado).
Segundo o BNDESPar, essas empresas são Totvs (SA:TOTS3) (valor equivalente a 9 dias de negociação), Cemig (SA:CMIG4) (9), Copasa (SA:CSMG3) (8), Linx (SA:LINX3) (8), Engie (SA:EGIE3) (6), Iochpe (4), Rossi (SA:RSID3) (2), Cyrela (SA:CYRE3) (2), Gerdau (2 ), Kepler (SA:KEPL3) Weber (2), MRV (SA:MRVE3) (2), Log (2), Energisa (SA:ENGI4) (1), Tim (SA:TIMP3) (1), Oi (SA:OIBR4) (1), CSN (1), Met. Gerdau (menos de 1) e BR Malls (SA:BRML3) (menos de 1).
Por Arena do Pavini