SÃO PAULO (Reuters) - A maior produção da história e aumentos pontuais de preços não impediram a Fibria (SA:FIBR3) de fechar o quarto trimestre com prejuízo, com a companhia enfrentando custos operacionais maiores e os efeitos negativos da valorização do real frente ao dólar.
A maior fabricante de celulose de eucalipto do mundo anunciou nesta segunda-feira que teve prejuízo líquido de 92 milhões de reais no período, ante lucro de 910 milhões de reais no mesmo período de 2015.
O resultado medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou 804 milhões de reais de outubro a dezembro, queda de 50 por cento ano a ano.
No seu relatório, a Fibria atribuiu esse desempenho aos preços em reais 30 por cento menores, devido à queda do preço da celulose em dólar na comparação anual e à desvalorização do dólar frente ao real.
Operacionalmente, a Fibria vendeu 1,584 milhão de toneladas de celulose, maior volume trimestral de vendas de sua história, alta sequencial de 10 por cento e de 21 por cento ano a ano.
Em relação ao terceiro trimestre, a Fibria teve recuperação da demanda, especialmente da Ásia e promoveu três aumentos de preços para China e um para Europa e América do Norte.
No entanto, a receita líquida caiu 15 por cento sobre um ano antes, para 2,53 bilhões de reais, refletindo menor preço da celulose em dólar de 18 por cento e desvalorização do dólar médio de 14 por cento.
Além disso, o chamado custo caixa de produção subiu 14 por cento sobre o terceiro trimestre (+10 por cento sobre um ano antes), devido a paradas programadas para manutenção, além de gastos maiores com produtos químicos e pessoal.
Por fim, a companhia teve resultado financeiro negativo de 197 milhões de reais no período, pouco mais que o dobro de um ano antes, explicada pelo efeito câmbio e maiores taxas de juros sobre a dívida.
A relação de endividamento medida pelo Ebitda sobre dívida líquida foi de 3,06 vezes em reais e de 3,30 vezes em dólares no quarto trimestre ante 2,06 vezes em reais e 1,78 vez em dólares no mesmo período de 2015.
Para 2017, a empresa aprovou orçamento de capital de 5,2 bilhões de reais, sendo 3 bilhões para Horizonte 2, projeto que fechou 2016 com 77 por cento de execução concluída.
(Por Aluísio Alves)