A Raízen (BVMF:RAIZ4) registrou lucro de R$ 1,1 milhão no segundo trimestre do exercício 2022/2023 - o equivalente ao terceiro trimestre do ano -, queda de 99,9% em relação aos R$ 1,07 bilhão apurado no mesmo período de 2021. Em comunicado, a Raízen atribui o desempenho aos efeitos adversos nos estoques dos combustíveis no Brasil, que refletiram "queda consistente de preços de todos os produtos".
Na leitura contábil, o crescimento do lucro da companhia consolidado em um ano foi negativa em R$ 933,5 milhões ante R$ 730,6 milhões positivos apurados, sem ajustes, no terceiro trimestre de 2021/22. Os resultados, segundo a Raízen refletem o desempenho negativo "no resultado de outras receitas e despesas operacionais em decorrência do valor justo a mercado de ativos financeiros não alocados nos segmentos de negócio".
A receita líquida da Raízen subiu 31,5% na base anual, chegando a R$ 64,23 bilhões no trimestre encerrado em setembro. Na mesma base de comparação, o resultado operacional medido pelo Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou positivo em R$ 2,757 bilhões, recuo de 14,1%, em valores ajustados.
O capex do trimestre totalizou R$ 1,5 bilhão (alta de 71% ante 2021/22), com investimentos destinados principalmente para o plantio e trato da terra. "Este ano, iremos bater o recorde de plantio com aproximadamente 130 mil hectares de área sendo replantada. Adicionalmente, o aumento do capex decorre do efeito inflacionário nos preços de insumos agrícolas", diz a companhia.
Ao longo do trimestre, a Raízen processou 33 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, redução de 12% em relação ao volume processado no ano-safra anterior. "Essa redução reflete os efeitos do clima em parte dos nossos canaviais resultando na menor disponibilidade de cana neste ano, que deverá ter uma moagem total em torno de 74 milhões de toneladas de cana ao final do período de moagem", diz o comunicado.
Segundo a companhia houve expansão da produtividade agrícola no trimestre com melhora do ATR e do TCH, em 2% e 11,6% respectivamente, compensando parcialmente a menor moagem. O mix de produção foi de 52% para açúcar (ante 53% no 2º trimestre de 21/22).