Em meio à comemoração de seu 200.º hotel na região do Caribe e da América Latina - mais um em Cancún, um dos principais destinos do México -, a rede de hotéis Hilton (NYSE:HLT) (BVMF:H1LT34), que possui 7 mil unidades globalmente, conseguiu nadar contra a maré e dar um salto na pandemia, momento em que o setor de turismo em todo o mundo lutava contra a quebra.
No caso da empresa, o crescimento ocorreu ao identificar a fragilidade de redes menores ou independentes. Assim, o Hilton conseguiu acelerar seu crescimento, por meio de conversão de hotéis para as suas marcas, com a adoção de franquias.
No Brasil, a rede tem hoje 16 hotéis em operação, sendo seis próprios e o restante no modelo de franquia. Para dar sequência ao seu programa de expansão, já há outros dez hotéis que serão lançados no curto prazo, via franquias ou gestão próprias. Dois abrirão as portas ainda neste ano.
Nos últimos cinco anos, conforme os dados apresentados pelo diretor de desenvolvimento da companhia no Brasil, Leonardo Lido, a rede triplicou de tamanho no Brasil. "Essa tem sido uma estratégia que tem se mostrado consistente", diz o executivo.
Desde o início de 2020, a companhia abriu oito hotéis no Brasil, dobrando sua posição apenas no período de pandemia. O movimento de expansão se comprovou acertado, à medida que o turismo começou a voltar. Com seus 16 hotéis, a rede é ainda pequena no País. A Accor (EPA:ACCP), líder por aqui, possui 336 hotéis no País, incluindo marcas como Ibis (mais popular) e Sofitel (de luxo).
Saída do sufoco
Lido comenta que, no início da pandemia, muitos proprietários de redes menores, ou mesmo hotéis independentes, estrangulados financeiramente, começaram a buscar solução para o negócio, sendo uma saída possível estabelecer parcerias.
"Nossa estrutura de franquia está muito bem consolidada", comenta o executivo. Para o Hilton, a remuneração se dá pelo pagamento de royalties e uma participação nas receitas do empreendimento.
Como é a aliança
Para o dono do hotel, que decide pelo modelo de franquia, as vantagens, segundo o executivo do Hilton, estão no ganho de sinergia, com a escala do grupo, uso de equipe da rede, marketing, além do uso de uma marca forte e fazer parte de um programa de fidelidade, algo que hoje está na raiz da estratégia de retenção das grandes redes hoteleiras.
Isso não significa que a rede convertida será padronizada. O olhar será feito caso a caso. Quando a intervenção a ser feita pelo Hilton é pequena e há pouco a se mexer no estilo, por exemplo, o próprio nome do hotel pode ser mantido, mas com o sobrenome "by Hilton".
Criada em 1917, a rede hoteleira foi vendida pela família Hilton em 2017 para o fundo de private equity (que compra participação em empresas) Blackstone, em um negócio de US$ 26 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.