Por Paul Sandle e Sarah Young
LONDRES (Reuters) - O Reino Unido estabeleceu, nesta segunda-feira, princípios destinados a evitar que os modelos de inteligência artificial sejam dominados por um punhado de empresas de tecnologia em detrimento dos consumidores e de outras companhias, por meio da ênfase na necessidade de responsabilidade e transparência.
O órgão regulador antitruste, a Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA, na sigla em inglês), está, assim como outras autoridades em todo o mundo, tentando controlar algumas das possíveis consequências negativas da tecnologia sem sufocar a inovação.
Os sete princípios listados visam regular modelos de IA como o ChatGPT ao tornar os desenvolvedores responsáveis, impedindo que grandes empresas de tecnologia vinculem a IA em suas plataformas fechadas e interrompendo conduta anticompetitiva, como venda casada.
A diretora executiva da CMA, Sarah Cardell, disse nesta segunda-feira que há um potencial real para que a tecnologia turbine a produtividade e facilite milhões de tarefas cotidianas, mas que um futuro positivo não está garantido.
Cardell disse que há o risco de que o uso da inteligência artificial seja dominado por alguns participantes que exercem poder de mercado, o que impede que todos os benefícios sejam sentidos em toda a economia.
O órgão disse que buscará opiniões dos principais desenvolvedores de IA, como Google (NASDAQ:GOOGL), Meta, OpenAI, Microsoft (NASDAQ:MSFT), Nvidia e Anthropic, além de governos, acadêmicos e outros reguladores.
Os princípios propostos também abrangem acesso aos principais insumos, a diversidade de modelos de negócios, incluindo abertos e fechados, e a flexibilidade para que as empresas usem vários modelos.
Em março, o Reino Unido optou por dividir a responsabilidade regulatória da tecnologia entre a CMA e outros órgãos que supervisionam direitos humanos, saúde e segurança, em vez de criar um novo órgão regulador.
Os Estados Unidos estão analisando possíveis regras para regulamentar a inteligência artificial e os ministros de áreas digitais das principais economias do G7 concordaram, em abril, em adotar uma regulamentação "baseada em riscos" que também preservará um ambiente aberto.