SÃO PAULO (Reuters) - O ex-presidente-executivo da Americanas SA (BVMF:AMER3) Sergio Rial participou de uma conferência fechada na manhã desta quinta-feira sobre os problemas contábeis divulgados na véspera pela companhia que indicam um buraco nas contas da empresa de pelo menos 20 bilhões de reais.
Na conferência, organizada pelo BTG Pactual (BVMF:BPAC11) e transmitida online para número limitado de participantes, Rial afirmou que, apesar de ficar por apenas 9 dias no comando da Americanas, encontrou sinais relacionados falhas em identificação de financiamentos bancários que deveriam ter sido identificados como dívida.
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"Uma das primeiras coisas que me chamou atenção é por que nas cartas de circularização aos bancos isso não aparece como dívida", disse Rial, fazendo referência a contratos da Americanas de financiamento voltados ao pagamento de fornecedores.
Na véspera, a companhia divulgou um fato relevante com poucos detalhes afirmando que em uma análise "preliminar" identificou "inconsistências" contábeis que somam 20 bilhões de reais, mas que acredita que "o efeito caixa dessas inconsistências seja imaterial".
Em sua fala, transmitida apenas em parte pelo canal do BTG Pactual no YouTube, Rial afirmou que identificou "sinais de que talvez o nível de transparência e talvez a vontade da própria gestão em querer falar de problemas e desafios não estivesse tão fluída na organização como deveria".
As ações da Americanas indicavam forte queda nesta quinta-feira, com leilão de abertura mostrando tombo de pelo menos 50%. O movimento arrastava outras companhias para baixo, como Ambev (BVMF:ABEV3), Via SA (BVMF:VIIA3) e Magazine Luiza (BVMF:MGLU3).