MOSCOU (Reuters) - A Rússia ameaçou nesta quarta-feira bloquear o YouTube no país depois que as contas em alemão da emissora estatal russa RT foram excluídas, e disse estar considerando uma retaliação contra a mídia alemã.
O YouTube disse na terça-feira que os canais da RT violaram sua política de desinformação sobre Covid-19, uma ação que o Ministério das Relações Exteriores da Rússia descreveu como "agressão contra a informação sem precedentes".
A agência reguladora russa de comunicações, Roskomnadzor, disse que havia escrito ao Google (NASDAQ:GOOGL) (SA:GOGL35) exigindo que as restrições fossem suspensas. A agência acrescentou que a Rússia poderia tentar restringir parcial ou totalmente o acesso ao YouTube se a empresa não cumprisse a exigência. O Google não comentou o assunto nesta quarta-feira.
O Kremlin disse que pode ter que forçar o YouTube a cumprir a lei russa, dizendo que poderá adotar tolerância zero para violações.
"É claro que há sinais de que as leis da Federação Russa foram quebradas, violadas de forma bastante flagrante, porque é claro que isso envolve censura e obstrução da divulgação de informações pela mídia", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres.
O Ministério das Relações Exteriores russo disse que as autoridades russas foram abordadas com "uma proposta de desenvolver e tomar medidas retaliatórias contra o serviço de hospedagem do YouTube e a mídia alemã".
Berlim negou a alegação do Ministério das Relações Exteriores da Rússia de que a decisão do YouTube foi tomada com o apoio claro e tácito das autoridades alemãs e da mídia local.
"É uma decisão do YouTube, baseada em regras criadas pelo YouTube. Não é uma medida (tomada pelo) governo alemão ou outras organizações oficiais", disse o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, a repórteres.
(Por Alexander Marrow e Gleb Stolyarov em Moscou; reportagem adicional de Alexander Ratz e Riham Alkousaa em Berlim)