Nova safra de cana do Brasil crescerá com ganhos na área e produtividade, diz Conab

Publicado 26.04.2023, 09:05
Atualizado 26.04.2023, 09:45
© Reuters. Colheita de cana-de-açúcar em Pradópolis, Brasil
27/02/2023
REUTERS/Paulo Whitaker

SÃO PAULO (Reuters) - A safra de cana-de-açúcar do centro-sul do Brasil foi estimada nesta quarta-feira em 577,3 milhões de toneladas em 2023/24, alta de 4,9% ante o ciclo anterior, de acordo com o primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a nova temporada.

Quando a projeção inclui o Norte e Nordeste, a safra de cana brasileira fica estimada em 637,1 milhões de toneladas em 2023/24, avanço de 4,4% ante a temporada anterior, segundo dados da estatal, que apontou aumento de área plantada e da produtividade.

A Conab estimou crescimento de 1,5% na área plantada com cana no Brasil em 2023/24, para 8,4 milhões de hectares, após o total cultivado ter caído na temporada passada para o menor patamar em mais de dez anos, com canaviais sofrendo a concorrência de lavouras de soja e milho.

A produtividade agrícola do país deverá crescer 2,9% em 2023/24 para 75,75 toneladas por hectare, enquanto no centro-sul, onde a colheita já começou, foi estimada em 77,3 toneladas/hectare (+3,5%).

"O maior crescimento de área é justificado pelo aumento de áreas de expansão e a incorporação de áreas de fornecedores, que não eram utilizadas para o setor sucroenergético, o que impacta diretamente na produtividade, uma vez que os primeiros cortes possuem um maior rendimento", disse o gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, Fabiano Vasconcellos, em nota.

Além disso, as condições climáticas para essa safra vêm se apresentando "ainda melhores" que na safra 2022/23, pontuou.

AÇÚCAR E ETANOL

A produção de açúcar do centro-sul do Brasil, maior produtor e exportador global da commodity, deverá crescer 4,8% em 2023/24 para 35,15 milhões de toneladas, enquanto no país todo a previsão é de avanço de 4,7%, para 38,77 milhões de toneladas.

De acordo com a Conab, o volume produzido de açúcar será o segundo maior já registrado na série histórica, perdendo apenas para a temporada de 2020/21, quando foi estimado em 41,25 milhões de toneladas.

Além da maior colheita esperada para a matéria-prima na atual safra, o mercado favorável ao açúcar influencia na maior destinação da cana para o adoçante em detrimento ao etanol, avaliou a estatal.

A produção de etanol (de cana e milho) do centro-sul deve aumentar 6,1% em 2023/24, para 30,8 bilhões de litros, muito por influência da fabricação a partir do cereal. Considerando o Norte e Nordeste, a alta no país é estimada em 5,9%, para 33,17 bilhões de litros.

Desse total, 14,26 bilhões de litros serão de etanol anidro (usado na mistura com a gasolina) e 18,91 bilhões de litros de etanol hidratado (para veículos flex).

A fabricação do produto feito a partir do milho foi prevista em 5,64 bilhões de litros, alta de 42%, em meio ao surgimento de novas unidades e expansões.

Já o etanol a partir da cana deve registrar um leve aumento de 0,6%, estimado em 27,53 bilhões de litros.

(Por Roberto Samora)

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