Santander Brasil espera acomodação em provisões, mas vê cenário macro com preocupação

Publicado 30.07.2025, 10:18
Atualizado 30.07.2025, 11:45
© Reuters.

(Reuters) -O Santander Brasil (BVMF:SANB11) espera uma acomodação no patamar das provisões, afirmou nesta quarta-feira o presidente executivo do banco, Mario Leão, que atribuiu a expansão nessa linha no segundo trimestre ao cenário macroeconômico mais desafiador.

"Não esperamos que continue a deterioração em agro e ’corporate’ para sempre...", disse o executivo em coletiva à imprensa após a publicação mais cedo dos resultados do banco para o segundo trimestre.

Ele ponderou que possivelmente esses setores ainda enfrentarão desafios em razão dos juros mais altos, mas destacou que o fato de o banco estar antecipando um movimento de provisionamento torna o portfólio cada vez mais saudável.

O executivo também destacou que as safras de crédito para pessoa física e da financeira estão se comportando bem. Ele ressaltou, contudo, que o banco não é imune ao cenário macro, que é ainda um ponto de preocupação pelo patamar dos juros.

No segundo trimestre, o Santander fez provisão de crédito de quase R$7,76 bilhões, alta de 17% ano a ano, citando o cenário de juros altos, que tende a elevar o nível de endividamento das famílias, e aumento em pedidos de recuperação judicial.

O lucro líquido no período somou R$3,66 bilhões, alta de 9,8% ano a ano, mas um pouco abaixo do previsto por analistas. Na B3 (BVMF:B3SA3), as units do banco recuavam 0,57%, afastando-se das mínimas da sessão, quando chegaram a cair mais de 3%.

A carteira de crédito ampliada cresceu 1,5%, mas o portfólio de grandes empresas encolheu 13% ao ano, com o diretor financeiro do banco, Gustavo Alejo, citando câmbio e queda em operações de risco sacado com mudanças envolvendo o IOF.

Em maio, o governo brasileiro publicou decreto com mudanças em alíquotas do IOF sobre determinadas operações, incluindo sobre o desconto de recebíveis (risco sacado). Em julho, o ministro do STF Alexandre de Moraes suspendeu a cobrança.

De acordo com Leão, com a aplicação do IOF, houve uma redução de demanda "brutal" em operações de risco sacado, mas com a resolução da questão a expectativa é de que essa atividade seja retomada, que volte a crescer de "forma relevante".

O CEO do Santander Brasil também reforçou a estratégia do banco de alcançar um retorno sobre o patrimônio de 20% em poucos anos, mesmo após queda do ROAE na base trimestral para 16,4% no período de abril a junho.

TARIFAS

Leão afirmou que não há uma estratégia específica do banco para empresas potencialmente afetadas pelas tarifas norte-americanas para produtos brasileiros que devem começar a vigorar na sexta-feira, mas que o Santander apoiará os seus clientes.

"Nosso papel é estar próximo das empresas e ajudá-las a encontrar saídas para isso, enquanto, em paralelo, torcemos para que seja construído um acordo", afirmou.

Ele admitiu que as tarifas podem ter um efeito em termos de demanda de crédito, mas nada que afete de forma material os balanços do sistema financeiro.

(Por Paula Arend Laier, edição Alberto Alerigi Jr. e Michael Susin)

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