Arena do Pavini - Quem já não viu a propaganda do Santander (SA:SANB11) sobre a redução da taxa de administração dos fundos de previdência? Mas foi apenas hoje, após o Banco Central (BC) reduzir os juros básicos para 5,5%, que o banco reduziu as taxas dos seus fundos de renda fixa aplicação automática, aqueles que tiram o dinheiro que fica parado na conta, os chamados “raspa conta”. Um deles, o Santander FIC FI Inteligente Renda Fixa Curto Prazo, passaria a render zero para o investidor caso o banco não reduzisse a taxa de administração, também de 5,5%.
A partir de hoje, o Inteligente e os outros fundos raspa conta do banco, cujas taxas eram um pouco mais baixas, como o Santander Classic DI, com 5% ao ano, o Santander Extra DI, com 4,20% ao ano, e o Santander Top RF vão passar a cobrar 2,70% ao ano, uma taxa ainda alta, mas mais razoável em um ambiente de juros de 5,5% e tendendo a cair para menos de 5% ao ano.
Em nota, o Santander explica que esses fundos têm o propósito de remunerar os recursos de conta corrente no curtíssimo prazo, com serviço de resgate automático. “O produto está fora da oferta ativa e não é mais comercializado”, diz o banco. E acrescenta que, “diante do atual cenário e para atender aos atuais cotistas, a instituição reduziu a taxa de administração de todos os fundos da modalidade automática para 2,7% ao ano”.
Outros bancos também oferecem esse tipo de fundo como um favor para o cliente, já que o dinheiro ia ficar parado em conta mesmo. Como o cliente não ia ganhar nada, pelo menos leva uma merrequinha do resultado da aplicação. O banco reduz o compulsório que tem de recolher sobre os depósitos a vista ao Banco Central e ainda ganha a taxa de administração. E todos ficam felizes, o investidor distraído que não se mexe para aplicar o dinheiro em outro fundo mais barato, o banco e o acionista do banco.
As instituições alegam que as taxas são altas pois embutem os custos de resgatar e aplicar automaticamente o dinheiro de milhares de clientes. Mas há suspeitas de que talvez essa taxa pudesse ser menor, como mostrou o Santander hoje, ao cortar o custo delas pela metade.
Mas os fundos raspa conta não são exclusividade do Santander. É o caso do Banrisul (SA:BRSR6) Automático, que também tem uma taxa de administração quase igual ao juro básico, de 5,25% ao ano. O Banestes Investidor Público Automático (destinado a governos), cobra taxa de 4% ao ano, o BB Supremo Setor Público, 4%, e o BB RF Automático, 3,80%, ambos do Banco do Brasil (SA:BBAS3), que tem também o BB Renda Fixa Empresa, com taxa de 3,70% ao ano. O Safra Prático Automático cobra 3,5% de taxa.
E há ainda os bancos que aplicam o dinheiro em outras coisas automaticamente, como o Itaú Unibanco, que investe o saldo dos correntistas em operações compromissadas, que não rendem muito mais que os fundos raspa conta, ou o Bradesco (SA:BBDC4), que aplica em poupança os saldos e, portanto, só tem rendimento se o dinheiro ficar mais de um mês aplicado.
O problema dessas aplicações automáticas é que elas criam para o cliente a ilusão de que o dinheiro dele já está aplicado, e que ele não precisa se preocupar mais. Assim, deixa de procurar outras opções que poderiam render mais, mesmo que o dinheiro ficasse aplicado apenas algumas semanas. É o preço que a comodidade tem para o investidor.
O post Santander reduz taxa de fundo “raspa conta” de 5,5% para 2,70% ao ano; 10 fundos de RF cobram mais de 3,5% do investidor apareceu primeiro em Arena do Pavini.