Por Amina Niasse e Manas Mishra
NOVA YORK (Reuters) - Empresas do setor de Saúde estão reavaliando os riscos para seus principais executivos depois que o CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, foi assassinado na quarta-feira em Manhattan, fazendo com que tanto a companhia quanto a rival CVS Health (NYSE:CVS) removessem fotos das equipes de liderança de seus websites após o crime.
A UnitedHealthcare, que faz parte do Unitedhealth Group (NYSE:UNH), é a maior seguradora dos Estados Unidos. A CVS opera a Aetna, outro importante plano de saúde.
Thompson foi morto em um ataque que a polícia disse ter sido direcionado para executá-lo. Ele estava perto de entrar no hotel Hilton para a conferência anual da empresa com investidores. O assassino, cujo crime foi gravado em vídeo, ainda não foi preso. O Departamento de Polícia de Nova York afirma que não se sabe a motivação do crime.
Robert D’Amico, fundador da Sierra One Consulting e que já trabalhou para o FBI, disse que a remoção das fotos mostra “que essas empresas estão escutando o que especialistas como eu têm dito sobre quão fácil é identificar e encontrar seus executivos”.
A UnitedHealth tirou a foto de Thompson e outros executivos de seu website na quarta-feira. Um porta-voz da companhia não respondeu a uma pergunta sobre a motivação do assassiato. A CVS removeu nesta quinta-feira todas as fotos de seus principais executivos. A empresa se negou a comentar o caso.
D'Amico e outro especialista de segurança, que afirmam estar constantemente avaliando o risco para os executivos com base nas notícias e condutas das empresas, esperam que elas intensifiquem esforços para aumentar a segurança.
A mulher de Thompson, Paulette, afirmou à NBC News na quarta-feira que ele vinha recebendo ameaças por causa de seu trabalho, mas afirmou não conhecer detalhes. Um porta-voz da UnitedHealthcare não comentou imediatamente sobre uma possível ameaça ao executivo.
“Eu acho que vários executivos vão falar ‘Sabe, isso pode acontecer comigo e deveríamos realmente considerar nosso protocolo de segurança daqui pra frente’”, afirmou Glen Kucera, presidente de Serviços Melhorados de Proteção na empresa de segurança Allied Universal.
D’Amico disse esperar que os comitês diretivos corporativos reavaliem a segurança de seus executivos. Isso inclui analisar o tamanho de um time de seguranças, prestando atenção também ao custo disso. Alguém como o bilionário Elon Musk tem 20 pessoas ao seu redor todos os dias, disse o especialista.
Ele lembrou postagens raivosas nas redes sociais, quando pessoas aparentemente atacaram verbalmente planos de saúde e seus funcionários logo após o assassinato de Thompson.
“Acho que planos de saúde verão isso e se darão conta de que há muito ódio contra eles e seus executivos”, disse D’Amico.
(Reportagem de Amina Niasse em Nova York e Manas Mishra em Bangalore)