Investing.com – Preços mais baixos do minério podem ter pressionado indicadores financeiros das companhias deste setor no terceiro trimestre, de acordo com analistas. No entanto, as perspectivas são distintas para as companhias, a depender do mix de produtos, afetando os preços realizados.
“Os lucros do 3T24 devem ser fracos para as mineradoras, dados os preços mais baixos das commodities, o que deve compensar a sazonalidade mais forte dos embarques”, destacaram analistas do Bank of America (NYSE:BAC) em relatório divulgado a clientes e ao mercado.
Enquanto isso, as siderúrgicas podem se beneficiar da alta dos preços do aço no Brasil, ainda de acordo com o BofA, mas os “resultados mais fracos do minério de ferro + preços mais baixos na América do Norte devem ser um obstáculo”.
O BofA espera que a Gerdau (BVMF:GGBR4) e a Usiminas (BVMF:USIM5) apresentem melhora operacional frente ao trimestre anterior, com melhores custos e preços do aço mais elevados. A CSN (BVMF:CSNA3), no entanto, deve ser impactada por dados fracos na divisão de mineração.
Para as mineradoras, o BofA espera queda sequencial em todos os setores. O mix de produtos pode ajudar o preço realizado para a Vale (BVMF:VALE3), enquanto o da CSN Mineração (BVMF:CMIN3) deve ser impactado por vendas de material de pior qualidade.
Em mineração, o Santander (BVMF:SANB11) espera uma retração trimestral de 3% no Ebitda, e uma queda de 6% para a Vale na mesma análise, esta entregando um resultado operacional consolidado de US$ 3,5 bilhões.
O Ebitda da CSN pode atingir cerca de R$ 2,6 bilhões, uma queda trimestral de 3%, segundo o Santander, o que seria “explicado principalmente pelos preços mais fracos do minério de ferro, o que poderia mais do que compensar o aumento dos volumes de vendas de minério de ferro e resultados mais fortes em suas divisões de cimento e aço”.
Usiminas, CBA e Gerdau tendem a ser destaques positivos, enquanto CSN Mineração pode ter resultados mais pressionados, elencou o Santander.
A XP (BVMF:XPBR31) também considera que a Gerdau deve ter um desempenho relativo mais favorável, que teria como impulso a melhoria no desempenho da divisão do Brasil. Isso ocorre, segundo a XP, “refletindo as iniciativas de redução de custos anunciadas no primeiro semestre, parcialmente compensada por um desempenho mais fraco nas operações da América do Norte”.
Aura e CBA também podem ter dados mais favoráveis com um mix de preços realizados considerado “decente” e um operacional robusto.
“A Usiminas, por outro lado, ainda deve ser impactada por um ambiente de custos pressionado, conforme indicado durante teleconferência do 2T24”, completa a XP.
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