Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - Analistas do Credit Suisse (SIX:CSGN) reportaram nesta quarta-feira que há outro aumento de preço para aços planos em andamento para janeiro, de 10% a 15%, com pelo menos uma siderúrgica indicando isso como uma possibilidade realista.
Caio Ribeiro e equipe, citando fontes no setor, citaram que as siderúrgicas estão usando o recente aumento nas referências internacionais para o aço, alta nos custos dos insumos, com os preços do minério de ferro chegando a 150 dólares a tonelada, e volume de pedidos já em carteiras como argumentos para elevarem ainda mais os preços.
"Atualmente, enxergamos equações de paridade de importação para aços planos no Brasil com um prêmio de 1% contra um prêmio histórico normalizado de 5-10%", afirmaram os analistas em relatório a clientes nesta quarta-feira.
"Isso indica que um aumento adicional de preço é possível - pelo menos uma implementação parcial -, mas claramente as siderúrgicas têm se tornado mais agressivas ultimamente em busca de prêmios em relação às referências internacionais, enquanto nos últimos anos os preços domésticos foram negociados com desconto", acrescentaram.
Além disso, os analistas afirmaram que as negociações com as montadoras de veículos estão em andamento e que as siderúrgicas esperam repassar um reajuste no preço para 2021 de 30% a 40% neste momento. Nesta semana, o movimento recebeu críticas do presidente da associação de montadoras, Anfavea, que citou que o setor não terá como não repassar o reajuste aos seus preços o que poderá afetar a demanda.
O Credit Suisse acrescentou que alguns obstáculos podem surgir com a retomada dos altos fornos no Brasil e o potencial fim do auxílio emergencial ligado ao coronavírus. "No entanto, por ora, a dinâmica dos lucros parece muito forte para o setor no quarto trimestre de 2020 e primeiro trimestre de 2021".
No setor siderúrgico brasileiro, os analistas do banco afirmaram que preferem estar posicionados em CSN (SA:CSNA3) e Gerdau (SA:GGBR4)
No final de novembro, o Inda, entidade que representa distribuidores de aços planos no Brasil, afirmou que 2020 deve terminar com forte crescimento de vendas de aço no pais, com 2021 sinalizando nova expansão, em meio à demanda de indústrias que incluem a de construção civil e máquinas e equipamentos.
O presidente do Inda, Carlos Loureiro, disse que esse ritmo apoiou aumento de cerca de 10% nos preços de aço vendido aos distribuidores em novembro.