S&P 500 pode cair para 5.200 em cenário de estagflação - Evercore

Publicado 10.03.2025, 07:26
© Reuters.

Investing.com – Analistas da Evercore ISI alertaram nesta segunda-feira que os receios de estagflação estão ganhando força, com as políticas tarifárias e a incerteza econômica elevando os riscos de queda para o S&P 500.

Embora a projeção-base da Evercore aponte para um alvo de 6.800 pontos no índice até o final de 2025, um cenário no qual o PIB dos EUA desacelere para menos de 1,5% e a inflação do núcleo do PCE supere 3% poderia levar o mercado a um patamar mais pessimista, com o S&P 500 caindo para 5.200 pontos.

Os analistas destacam que tarifas prolongadas e a incerteza no mercado podem elevar a inflação do núcleo do PCE em 0,5 ponto percentual até o fim do ano, além de reduzir a geração mensal de empregos no setor não-agrícola para um intervalo entre 30 mil e 70 mil vagas.

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Esse ambiente pode "paralisar o setor privado, impactar o PIB e reacender os temores de uma nova onda de estagflação", afirma a Evercore. Historicamente, o S&P 500 registra uma queda anualizada de 10% em períodos de estagflação, de acordo com a análise da corretora.

Caso esse cenário se concretize, os setores de Energia e segmentos defensivos, como Saúde e Consumo Básico, podem se destacar. Além disso, o crescimento dos lucros das empresas pode ficar estagnado, semelhante à taxa de 1% registrada no lucro por ação (LPA) em 2019.

Por ora, a Evercore mantém sua projeção de 6.800 pontos para o fim do ano, mas reconhece o aumento da incerteza. "Uma queda abaixo de 5.700 pontos, sem sinais de moderação nas políticas de Trump, indicaria um risco maior de baixa", alertam os analistas.

No entanto, a Evercore observa que Trump monitora de perto o desempenho do mercado, o que torna provável que ele adote medidas para evitar quedas excessivas.

Diante da volatilidade, a recomendação da Evercore é comprar ações quando o VIX estiver alto e negociar opções quando o índice estiver baixo.

A corretora mantém sua preferência por empresas ligadas à inteligência artificial, incluindo desenvolvedores, adotantes e integradores da tecnologia, como temas estruturais para investidores de longo prazo. No entanto, caso as tarifas permaneçam e o crescimento econômico desacelere ainda mais, o "cenário extremo" de um S&P 500 a 5.200 pontos pode se tornar realidade.

Nomura descarta crash no S&P 500, apesar de volatilidade elevada

Já o estrategista Charlie McElligott, da Nomura Securities, acredita que a recente correção do S&P 500 não deve resultar em um colapso mais amplo do mercado, já que os investidores começaram a reduzir exposição de forma controlada.

Desde o final de fevereiro, o S&P 500 acumula queda de cerca de 6%, enquanto o Índice de Volatilidade CBOE (VIX) avançou aproximadamente 10 pontos. No entanto, McElligott destaca que o aumento da volatilidade tem sido gradual, diferente dos picos acentuados observados em quedas de mercado anteriores.

Segundo o estrategista, o movimento de baixa tem sido acompanhado por um processo ordenado de realocação de portfólio, desalavancagem e rebalanceamento, o que impede fluxos abruptos que poderiam desencadear um crash.

Investidores sistemáticos, como fundos de trend-following e estratégias de controle de volatilidade, reduziram exposição durante a queda, ajudando a suavizar o impacto e evitando reações extremas. “O ajuste de posicionamento já está em andamento por esses agentes que desinvestem sem emoção, e isso é positivo para a estabilidade do mercado”, afirmou McElligott.

Após um rali de mais de 53% nos últimos dois anos, o S&P 500 acumula queda de cerca de 2% em 2025, pressionado por preocupações com a valorização excessiva do setor de tecnologia, a desaceleração do crescimento econômico e as crescentes tensões comerciais.

Apesar desses desafios, McElligott projeta uma redução da volatilidade nas próximas semanas, a menos que algum evento inesperado desestabilize o mercado.

Um ponto de atenção continua sendo a postura dos fundos de hedge alavancados e dos ETFs, que têm liquidado posições em ações que lideraram os ganhos no último ano.

“Atualmente, quase 80% dos ativos sob gestão estão concentrados em grandes nomes do setor de tecnologia e em apostas especulativas. Isso pode gerar um efeito cascata negativo caso a pressão vendedora se intensifique”, alertou o estrategista.

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