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Taxas curtas de juros caem e longas sobem refletindo receios com inflação e fiscal

Publicado 06.09.2023, 16:52
Atualizado 06.09.2023, 16:55
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Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - Em um dia de liquidez reduzida antes do feriado do Dia da Independência, as taxas dos contratos futuros de juros de curto prazo fecharam em baixa no Brasil nesta quarta-feira, em meio à percepção de que o Banco Central seguirá cortando a Selic no curto prazo, enquanto as longas tiveram leve alta, com investidores ponderando dados econômicos que ainda sugerem inflação elevada e dificuldades do governo na área fiscal.

O viés vindo do exterior era de alta, com os rendimentos dos Treasuries reagindo à aceleração do setor de serviços nos Estados Unidos. O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) informou que seu PMI de serviços subiu para 54,5 no mês passado, a leitura mais alta desde fevereiro e acima dos 52,7 registrados em julho.

Uma leitura acima de 50 indica crescimento no setor de serviços, que responde por mais de dois terços da economia. Economistas consultados pela Reuters projetavam queda do índice para 52,5, e nenhum economista previu uma leitura mais alta do que 53,9.

Os dados reforçaram a visão de que o Federal Reserve poderá ser mais rígido em sua política monetária para segurar a inflação.

No Brasil, isso deu certo suporte aos juros futuros durante boa parte da sessão, em especial na ponta longa, com a curva a termo também impactada pelos dados mais recentes de atividade.

Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Produto Interno Bruto do Brasil cresceu 0,9% no segundo trimestre, na comparação com os três meses anteriores. O resultado ficou bem acima da expectativa dos economistas, o que trouxe a leitura de que o BC não terá espaço para acelerar o processo de cortes da taxa básica Selic, hoje em 13,25% ao ano.

“Os juros estão subindo um pouco na ponta longa com duas coisas: primeiro, uma economia forte aqui no Brasil e, em segundo, os cortes de produção de petróleo lá fora, há alguns dias. Estes fatores trazem a percepção de inflação mais alta e juros mais altos por mais tempo”, comentou Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research.

Para Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital, as preocupações em torno do equilíbrio fiscal do governo também têm contribuído para a alta das taxas longas no Brasil.

“A parte mais curta da curva vêm sinalizando que o BC vai continuar cortando juros no curto prazo. Mas consequentemente, com o governo com pouco compromisso fiscal na visão do mercado, vemos a ponta longa abrindo”, disse Izac, ao avaliar o movimento desta quarta-feira.

Izac citou o desconforto no mercado com a reforma ministerial e a realização de concursos públicos federais, que pressionam as despesas sem que o governo tenha apresentado um plano crível para cumprimento da meta fiscal de 2024, de resultado primário zero.

Apesar do movimento desta quarta-feira, em que a curva a termo se tornou um pouco mais inclinada, a precificação para o próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) pouco se alterou.

Perto do fechamento a curva a termo precificava apenas 2% de chances de o corte da Selic em setembro ser de 0,75 ponto percentual. Já as chances de corte de 0,50 ponto percentual eram precificadas em 98%. Na terça-feira, os percentuais eram de 1% e 99%, respectivamente.

No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2024 estava em 12,37%, ante 12,389% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,605%, ante 10,647% do ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2026 estava em 10,275%, ante 10,313%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,81%, ante 10,806%, enquanto a taxa para janeiro de 2029 estava em 11,01%, ante 10,988%.

No exterior, os rendimentos dos Treasuries seguiam em alta. Às 16:43 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- subia 3,00 pontos-base, a 4,2975%.

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